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Verão

Especial

Coroação do novo rei do Reino Unido deve acontecer nos próximos meses

Especialista aponta que cerimônia deve ocorrer perto de novembro

| Foto: Peter Cziborra / AFP / CP

Após o anúncio da morte da Rainha Elizabeth II, nesta quinta-feira, o Reino Unido deve passar por uma sequência de procedimentos que "já estão planejados há bastante tempo, desde os anos 1970", afirma o professor de relações internacionais da UniRitter, João Gabriel Burmann.

De acordo com o especialista, a coroação do novo rei deve levar alguns meses para acontecer. "Teremos um período de luto oficial, cerca de um mês de eventos relacionados à morte, o funeral público e o enterro, e, posteriormente, a coroação do próximo rei", explica Burmann.

Mas o trono não fica vago até lá, Charles já é oficialmente chefe de Estado. "Vamos ver se ele vai permanecer no cargo ou se ele vai abdicar, assim como o tio da Rainha Elizabeth fez quando ela assumiu o trono, e deixar para o filho mais velho dele, o príncipe William. Isso deve acontecer por volta de outubro, novembro", analisa.

Além do luto, o Reino Unido viverá um período de comemoração do reinado de Elizabeth II, que durou mais de 70 anos. "É um misto de tristeza e celebração de uma vida muito produtiva e duradoura. Todos sabiam que este período estava próximo de acontecer, mas, ainda assim, não deixa de ser um acontecimento triste", acredita o professor.

Ao contrário das autoridades e personalidades que já se manifestaram a respeito do falecimento, a família real deve se resguardar por enquanto. "A morte da rainha mobilizou toda a família real novamente, algo que não acontecia há um bom tempo. Até o príncipe Harry, segundo filho de Charles, esteve presente", observa.

Já era sabido que o estado de saúde da Rainha Elizabeth II estava debilitado desde o início deste ano. Entretanto, não se sabe quais os problemas que foram enfrentados pela monarca, nem a causa de sua morte.

"Eu imagino que isso vá ser mantido em certo sigilo. O público britânico tem um grande interesse em relação a isso, há tablóides especializados na família real, então, com certeza, não serão poucas as teorias. Mas oficialmente, imagino que o Estado não vá se manifestar sobre a causa da morte, até por não ser inesperada", opina Burmann.

"Família real terá que se reinventar"

"Era compreensível que a família real não se modernizasse, pois havia uma monarca de 96 anos. Era até louvável o quanto a rainha se atualizou em relação a pronunciamentos nas redes sociais, eventos online, era algo inesperado até", pondera Burmann.

Na opinião do professor, será necessário que a família real se reinvente para poder se manter relevante. "A grande questão é como eles irão se atualizar para se manter atrativa ao público britânico e, o mais importante, os acontecimentos externos", frisa.

A rainha era, até hoje, chefe de Estado de outros catorze países Reinos da Comunidade de Nações, comunidade de países que fizeram parte do Império Britânico, entre eles: Antígua e Barbuda, Austrália, Bahamas, Belize, Canadá, Granada, Jamaica, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Ilhas Salomão, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas e Tuvalu.

"Nos próximos tempos, é possível que haja uma onda de repúblicas. É muito difícil justificar a troca de um monarca, a manutenção de certos laços ligados ao período colonial com um novo rei", justifica Burmann. "Seja o Rei Charles, que eu imagino que o repúdio seja muito maior, já que é uma figura com uma história mais polêmica, uma pessoa que não tem grande carisma, ou, mesmo com o príncipe William, que tem uma história mais atrativa, mas não o suficiente para manter vários países como súditos."

O professor considera que esse não é o fim apenas da história da Rainha Elizabeth II, mas do auge da Inglaterra na história mundial. "É sintomático o período em que a Inglaterra sai da União Européia, troca de primeiro-ministro, inflação e guerra na Ucrânia. É uma fase complicada e complexa para o futuro da Inglaterra", prevê.

Giullia Piaia