Assange, de 41 anos, está refugiado na embaixada equatoriana em Londres desde o dia 19 de junho, depois de ter esgotado todos os recursos legais para evitar sua extradição à Suécia. O país escandinavo o acusa de agressão sexual. O fundador do Wikileaks nega os crimes.
As autoridades britânicas reafirmaram, no entanto, sua "obrigação" a extraditá-lo a Estocolmo. "Nós nos submeteremos a esta obrigação. A decisão do governo equatoriano não muda nada", afirmou o Foreign Office em um comunicado. Londres também se referiu à possibilidade de revogar a imunidade diplomática de uma embaixada em seu território "para agir e deter Assange", uma declaração que Garzón criticou fortemente, classificando-a de ameaça de "invasão".
Suécia convoca embaixador equatoriano
O governo sueco convocou o embaixador equatoriano em Estocolmo para pedir explicações sobre as acusações de parcialidade contra a justiça do país. A Suécia negou qualquer acusação de que não garante os direitos de defesa. “Nosso sólido sistema jurídico e constitucional garante os direitos de todos. Rejeitamos com firmeza qualquer acusação que sugira o contrário”, escreveu o ministro das Relações Exteriores sueco, Carl Bildt, no Twitter. “O embaixador do Equador é esperado no ministério o mais rápido possível. As acusações (do ministro equatoriano das Relações Exteriores) formuladas são graves e é inaceitável que o Equador queira deter o processo judicial sueco e a cooperação judicial européia”, declarou o porta-voz do ministério sueco das Relações Exteriores, Anders Jrle.
O Equador concedeu asilo diplomático a Julian Assange por considerar que existem riscos para sua integridade e sua vida em consequência das revelações feitas no site Wikileaks, anunciou o chanceler Ricardo Patiño nesta quinta-feira. “Caso aconteça uma extradição para os Estados Unidos, o senhor Assange não terá um julgamento justo. Poderá ser julgado por tribunais especiais ou militares e não é inverossímil que receba um tratamento cruel e degradante, e que seja condenado à prisão perpétua ou à pena capital, sem que seus seus direitos humanos fossem respeitados”, disse Patiño.
AFP