Duas horas depois, os socorristas continuavam no interior dos vagões em busca de passageiros presos nas ferragens. Um dos vagões ficou atravessado na via. Os feridos eram retirados de maca, e aqueles em estado mais grave eram atendidos em um campo próximo. Três helicópteros esperavam para evacuar os feridos, enquanto outro sobrevoava a área. Coberto com uma manta térmica e usando máscara de oxigênio, um desses feridos foi transferido para um dos helicópteros.
As primeiras imagens divulgadas pelos bombeiros mostravam pelo menos um passageiro bloqueado em seu assento, entre a chapa do teto e a parede do vagão, deformada pelo choque. - 'Socorro, mãe!' -Uma mãe contou ao jornal "La Repubblica" que sua filha telefonou para ela exatamente na hora do acidente. "Mãe, socorro, o trem está descarrilando!", disse a filha, cujo telefone não responde mais e de quem a mãe até agora não tem notícias. Segundo os depoimentos dados aos jornais italianos, o trem começou a tremer de repente, como se passasse por cima de pedras. Depois, freou de forma brutal, e o veículo saiu dos trilhos. Apenas os vagões intermediários do comboio se descarrilaram.
A Procuradoria de Milão abriu uma investigação e, de acordo com a imprensa, o maquinista já está sendo interrogado.
O episódio aconteceu nas imediações de Segrate, um subúrbio no nordeste de Milão e uma das últimas paradas até chegar ao centro da cidade. O trem regional saiu de Cremona às 5h32 locais (2h32, em Brasília) e deveria chegar a Milão às 7h24 (4h24, em Brasília). Os passageiros eram, sobretudo, pessoas que seguiam para o trabalho na capital econômica italiana e estudantes.
Composto de seis ou oito vagões, segundo fontes consultadas pela AFP, esse trem integra a companhia regional lombarda Trenord, que pertence ao grupo público Trenitalia e à Ferrovie Nord Milano FNM, uma empresa ferroviária que opera principalmente no norte da península. Às 8h locais (5h, horário de Brasília), Trenord informou os passageiros sobre a interrupção do serviço por "um problema técnico em um trem", o que provocou duras críticas nas redes sociais. Este é o mais grave acidente desde a catástrofe ferroviária que deixou 23 mortos em julho de 2016 em Puglia, no sul do país.
AFP