A ex-presidente, que responde a seis processos - a maioria por corrupção -, prestou depoimento em Buenos Aires por supostos crimes de lavagem de dinheiro no caso conhecido como "Rota do Dinheiro K (Kirchner)", depois que o juiz encarregado da causa foi obrigado por uma Câmara superior a intimá-la, apesar de ter resistido a tal medida durante dois anos.
"Diante desta grave irregularidade, mais uma na longa perseguição que venho sofrendo há dois anos e oito meses, registrei isso apresentando um recurso de cassação contra a resolução inválida ditada pela Câmara e questionei os juízes que a assinaram, por carecer de imparcialidade frente ao caso", ressaltou a senadora.
Cristina é investigada por crimes de corrupção supostamente cometidos entre 2010 e 2013 através de uma rede que montou uma estrutura de sociedades e contas bancárias no exterior que lavou pelo menos US$ 60 milhões. "Não só desconheço totalmente esta suposta manobra, como não existe nenhum elemento de prova que me vincule à mesma", alegou a ex-presidente.
Cristina, que no texto acusa de novo o governo de Mauricio Macri de manipular sua situação judicial, ressaltou que nunca teve contas bancárias não declaradas. "Todos os ativos de nossa família estão e continuarão na República Argentina e sempre foram incorporados a nossas declarações de bens", indicou.
Após reiterar que sua família nunca teve sociedades "offshore" em paraísos fiscais e nem apareceu em investigações como o conhecido caso dos Panama Papers, como aconteceu com "o sobrenome Macri, entre muitos outros funcionários de seu Governo", Cristina se mostrou taxativa. "Em síntese, se a questão é investigar quem retirou dinheiro do país, esta causa deveria ter mudado de nome há muito tempo: ao invés de "Rota do Dinheiro K", deveria se chamar "Rota do Dinheiro M", concluiu.
EFE