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EUA, Canadá e México assinam acordo comercial que substitui o Nafta

Líderes dos três países elogiaram o tratado e defenderam proteção das práticas de comércio

Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), substitui o antigo Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) | Foto: Saul Loeb / AFP / CP
O presidente dos EUA, Donald Trump, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o presidente do México, Henrique Peña Nieto, assinaram nesta sexta-feira o novo acordo comercial entre os três países, o Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), que substituirá o antigo Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta). Em coletiva de imprensa conjunta realizada em Buenos Aires, à margem do encontro de líderes do G20, Trump disse que o USMCA é o melhor acordo da história.

"O USMCA inclui setores de indústria, agronegócios e tecnologia. O acordo é maravilhoso para nossos agricultores", disse Trump. De acordo com o presidente americano, o acordo protege os empregos e as práticas de comércio. "Este tipo de acordo mudará o cenário do comércio para sempre", disse Trump, acrescentando que ele não espera que o acordo tenha algum problema em ser ratificado pelo Congresso.

Em determinado momento e em aparente provocação à China, Trump disse que a "manipulação de moeda em alguns países é ruim". Trudeau, do Canadá, também elogiou o pacto dizer ser um "acordo de livre comércio e justo", destacando que os benefícios de comércio devem ser amplamente compartilhados. "Protegeremos nossos empregos e criaremos novas oportunidades aos negócios", disse.

No final de seu discurso, o primeiro-ministro do Canadá, afirmou que há muito mais trabalho para fazer na redução das barreiras comerciais. "Donald, precisamos continuar trabalhando para acabar com as tarifas de aço e alumínio. Tarifas de metais são um grande obstáculo para a nossa economia", afirmou Trudeau.

Enquanto isso, Peña Nieto, do México, afirmou que este é o "primeiro tratado comercial que atenderá o impacto internacional" e que a negociação do USMCA permitiu integração econômica da América do Norte. Embora ele tenha afirmado que o acordo também preserva os empregos em seu país, Peña Nieto disse que "ainda precisamos avançar com a economia". 

Veja o resumo das principais modificações:

Setor automotivo
No sensível setor automotivo, altamente integrado pelo Nafta, os Estados Unidos procuraram desestimular a transferência da produção para locais com mão-de-obra mais barata. Com o Acordo Estados Unidos-México-Canadá (T-MEC, na sigla em espanhol), 75% das peças de um carro deverão ser fabricadas em território americano (um aumento em comparação com os 62,5% estipulados no Nafta), e 40-45% do veículo deverá ser fabricado por trabalhadores que ganham pelo menos 16 dólares por hora. O México também concordou em continuar a reconhecer os padrões de segurança automotiva dos EUA, a menos que os reguladores mexicanos concluam que são inferiores aos seus próprios.

Alívio das tarifas sobre veículos
Trump ameaçou invocar razões de segurança nacional para impor tarifas sobre os bilhões de dólares em carros que os Estados Unidos importam anualmente de todo o mundo. Mas o T-MEC exclui o México e o Canadá a um limite de 2,6 milhões de veículos por ano, bem como uma quantidade indeterminada de caminhões leves e dezenas de bilhões de dólares em autopeças. O novo acordo, no entanto, não inclui as tarifas sobre o aço e o alumínio impostas pelos Estados Unidos em todo o mundo no início do ano, e o México e o Canadá desde maio.

Abertura no setor de laticínios
O Canadá, que protege fortemente sua produção de produtos lácteos, concordou em abrir um pouco mais suas barreiras neste setor, algo que Trump considerou decisivo para concluir um acordo. O Canadá também permitirá maiores importações de frango, ovos e peru dos Estados Unidos.

Solução de polêmicas
Os Estados Unidos procuravam eliminar as disposições para que os conflitos fossem resolvidos por arbitragem internacional, mas aceitaram a permanência no T-MEC do sistema de solução de controvérsias contido no Nafta, como o Canadá queria. No entanto, o novo acordo faz algumas mudanças nos poderes mais controversos da "solução de disputas entre investidores e Estados", que, segundo os críticos, permitiram a invalidação de leis locais e decisões judiciais por meio de arbitragem irresponsável.

Propriedade intelectual
O novo acordo moderniza e aumenta a proteção quanto a propriedade intelectual, oferecendo forte proteção aos inovadores farmacêuticos e agrícolas. Além disso, exige tratamento igual dos direitos autorais para escritores, compositores e outros.

Comércio eletrônico
Modernizar o comércio eletrônico, que era incipiente quanto o Nafta entrou em vigor, foi um ponto importante das negociações. O T-MEC proíbe os direitos aduaneiros para produtos distribuídos digitalmente, como software e jogos, livros eletrônicos, música e filmes.

Pactos com a China
Há uma disposição oculta no T-MEC que parece destinada a impedir que Ottawa ou Cidade do México busquem um acordo comercial melhor com Pequim. Se um signatário tentar entrar em um acordo de livre-comércio com um país sem economia de mercado (lê-se China), as outras partes podem cancelar o acordo trilateral e substituí-lo por um bilateral. Os laços dos Estados Unidos com a China atravessam tempos tumultuados, e Washington aplicou tarifas sobre as importações daquele país por mais de 250 bilhões de dólares.

16 anos de vigência
O pacto comercial tem uma vigência de 16 anos, mas será revisto a cada seis. Se as partes decidirem renová-lo, será vigente por outros 16 anos. Mas se houver um problema, as partes vão ter outros dez anos para negociar e resolver suas diferenças antes que o tratado expire.

Direitos trabalhistas
O novo acordo inclui proteções trabalhistas que, segundo os Estados Unidos, são as mais fortes negociadas até agora. "O México está comprometido com ações legislativas específicas para garantir o reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva", disse o escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR). Direitos trabalhistas internacionalmente reconhecidos também são contemplados, como a proibição das importações de bens produzidos pelo trabalho forçado e a proteção dos trabalhadores migrantes.

AE e AFP