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Ex-chefe do FMI nega ter estimulado festas libertinas

Dominique Strauss-Kahn pode pegar 10 anos de prisão por proxenetismo com agravante

Ex-chefe do FMI nega ter estimulado festas libertinas | Foto: Philippe Huguen / AFP / CP
O ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn contestou nesta quinta-feira no tribunal em que está sendo julgado que as palavras de código "material" ou "presente", utilizadas para designar as mulheres participantes em festas libertinas, justifiquem a acusação de agenciar mulheres para prostituição. "Quer vir descobrir uma magnífica discoteca pícara em Madri comigo e o material?", escreveu Strauss-Kahn ao amigo Fabrice Paszkowski em uma das muitas mensagens de texto enviadas por telefone e incluídas no dossiê do processo do tribunal de Lille (norte da França), sobre as quais o ex-diretor do Fundo Monetário Internacional foi interrogado nesta quinta-feira. DSK, de 65 anos, e mais 13 réus foram indiciados por proxenetismo com agravante, crime que pode resultar em pena de 10 anos de prisão. Ele é ouvido pelo tribunal nesta quinta-feira pelo terceiro e último dia.

Strauss-Khan, que reconheceu durante a instrução que o uso das palavras era inconveniente, citou no tribunal alguns de seus textos para demonstrar que não foi a pessoa quem estimulou as reuniões. Depois de um longo debate para determinar se os acusados, principalmente Strauss-Kahn e um policial, estavam a par de que as mulheres que participavam nas "festas libertinas" eram prostitutas, o tribunal analisará fatos mais concretos. Uma das críticas feitas a DSK é ter colocado à disposição das reuniões um apartamento em Paris.

Uma das caracterizações da acusação de agenciamento de mulheres para a prostituição no direito francês é justamente "ter à disposição de uma ou várias pessoas locais ou espaços não utilizados pelo público, sabendo que tais pessoas praticam a prostituição". Na véspera, Strauss-Kahn, elevou o tom de voz no segundo dia de sua presença no tribunal francês e questionou a lógica das provas apresentadas pela promotoria. "Absurdo! Falsa lógica! Começo a me cansar disso tudo", afirmou DSK, olhando para o advogado de acusação.

Em mais uma audiência do processo iniciado em 2 de fevereiro e que durará três semanas, foi assinalada a "brutalidade" de DSK em suas relações sexuais, segundo a descrição feita por várias participantes nas festas organizadas por seu círculo de amigos. Tal atitude só poderia ser explicada se ele soubesse que as mulheres são prostitutas, segundo a estratégia da acusação. "Devo ter uma sexualidade que é mais rude que a média dos homens", admitiu. "Que certas mulheres não gostem disso, é seu direito, sejam prostitutas ou não".

Jade, ex-prostituta que abriu a ação contra Strauss-Kahn, começou a chorar quando pediram que explicasse o que aconteceu no quarto de hotel de DSK em Bruxelas depois de uma festa em um clube de suingue, em 2009. "Cada vez que vejo sua foto, revivo essa angústia que me arrasa por dentro porque nenhum cliente jamais havia feito isso comigo", declarou. Strauss-Kahn voltou a negar que soubesse que ela ou as outras mulheres da festa fossem prostitutas.

Esse é o segundo processo ao DSK responde, depois de escapar das garras da justiça americana, após o escândalo do hotel Sofitel de Nova York, que havia destruído sua carreira cinco meses antes, quando uma camareira o acusou de estupro. O caso terminou no final de 2012 com um acordo financeiro confidencial entre o ex-chefe do FMI e sua vítima.

No atual julgamento, depois de suas declarações, o tribunal vai virar a página Strauss-Kahn para analisar a relativa a acusação de fraude neste caso de múltiplas facetas. A previsão é que o processo termine em 20 de fevereiro.

AFP