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Ex-líder separatista lança novo partido para uma Catalunha independente

Diante de divergências, separatistas catalães não conseguiram evitar divisões

Carles Puigdemont pode pegar até 25 anos de prisão | Foto: Josep Lago / AFP / CP
Um ano depois de tentar separar a Catalunha do resto da Espanha, o ex-presidente regional Carles Puigdemont tenta do exílio relançar seu desafio com um novo partido que visa unificar o movimento de independência. Mas muitos de seus ex-aliados, que agora apostam em posições mais moderadas, já se recusaram a participar do novo partido, La Crida Nacional, que convocou sua convenção de fundação para a tarde deste sábado em Manresa, 60 km ao norte de Barcelona.

Nem o local nem a data são casuais: a apenas 6 km da prisão de Lledoners, onde vários líderes independentes aguardam julgamento por rebelião, e apenas um ano depois do Parlamento catalão proclamou uma república independente, em 27 de outubro de 2017. Enquanto os fiéis ao ex-presidente acompanharão seu discurso através de um telão, os militantes mais radicais protestarão diante da sede do governo regional de Barcelona.

A proclamação da independência no ano passado foi abafada pelo governo espanhol, que suspendeu a autonomia de fato, destituiu o executivo de Puigdemont e dissolveu o Parlamento para convocar eleições antecipadas. A região só recuperou a autonomia em 2 de junho, com a posse do governo de Quim Torra, aliado fiel de Puigdemont, que vive exilado na Bélgica.

Na quinta-feira, o Supremo Tribunal espanhol enviou a julgamento 18 líderes catalães envolvidos na tentativa separatista. Entre eles estão o ex-presidente catalão Oriol Junqueras e cinco outros membros do ex-executivo de Puigdemont (Joaquim Forn, Jordi Turull, Raúl Romeva, Josep Rull e Dolors Bassa), que pode pegar até 25 anos de prisão.

Para muitos separatistas, o aniversário de 27 de outubro representa um fracasso. A via unilateral escolhida por seus dirigentes, após múltiplas negativas de Madri à negociação de um referendo não contemplado na Constituição espanhola, se confrontou com a intransigência do governo espanhol e a ação da justiça, que prendeu vários líderes. Embora a chegada ao poder do socialista Pedro Sánchez tenha reduzido a tensão, seu governo se opõe também à autodeterminação.

Diante deste muro, os separatistas catalães não conseguiram evitar as divisões, especialmente entre os partidários de Puigdemont e do Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), aliados ao governo regional. Depois do anúncio do lançamento da nova formação Crida Nacional neste sábado, no dia 30 Puigdemont apresentará o "Conselho da República", uma espécie de governo catalão no exílio.

AFP