Depois da primeira erupção ocorreram outras duas, que provocaram 158 desprendimentos de rochas e o deslocamento em massa de mais de mil pessoas em um raio de 6 quilômetros. Hoje, o raio foi ampliado para 7 quilômetros, e o número de pessoas deslocadas subiu para 12.044, informou a porta-voz do Escritório de Defesa Civil da província de Bicol, Rachel Ann Miranda. "Tudo indica que vai haver uma erupção mais forte, por isso nos preparamos para diferentes cenários", assegurou a porta-voz, após confirmar que já não restam civis na área de perigo.
A erupção pode ocorrer de forma iminente, mas também pode demorar semanas, por isso as autoridades locais buscam modos de facilitar uma "evacuação a longo prazo" dos moradores hospedados em refúgios temporários ou centros escolares, indicou Miranda. O próximo passo, assegurou, será retirar "os animais da zona de perigo com o objetivo de que os moradores não tenham que retornar às aldeias para resgatar o gado".
Segundo o último comunicado da PHIVOLCS, o vulcão "mostra uma relativa alta instabilidade e tem magma na cratera, sendo assim é possível que ocorra uma erupção perigosa em questão de semanas ou inclusive dias". A agência informou que a cratera "mostra um resplendor brilhante que indica o crescimento de um novo domo de lava e as primeiras correntes de lava para as ladeiras do lado sul". Além de decretar a evacuação de pessoas e animais da zona de perigo, as autoridades restringiram o voo de aviões nas imediações.
A atividade do Mayon foi notada na zona através de fortes estrondos e um intenso cheiro de ácido sulfúrico, segundo os testemunhos feitos à imprensa pelos moradores das localidades divisórias. No entanto, hoje o vulcão deixou de desprender cinzas e desapareceu da vista pelo intenso nevoeiro que se misturou com as nuvens de gases que ainda emanam de sua cratera.
A erupção mais potente na história da Filipinas e a segunda maior do mundo no século 20 foi a do Pinatubo, em junho de 1991, que deixou cerca de 850 mortos e mais de 1 milhão de afetados, além de gerar uma capa global de ácido sulfúrico que causou danos na atmosfera.
O arquipélago filipino, onde há 23 vulcãos ativos, está localizado sobre uma zona de intensa atividade sísmica inscrita dentro do chamado "Anel de Fogo do Pacífico", que se estende desde a costa oeste do continente americano até a Nova Zelândia, passando pelo Japão, Filipinas e Indonésia.
AFP