As acusações foram reveladas no momento em que o governo enfrenta um escândalo de favorecimento, que abalou consideravelmente a popularidade do primeiro-ministro Shinzo Abe e provocou pedidos da oposição pela renúncia de Abe e Aso. Fukuda nega as acusações. O ministro das Finanças disse na última quinta-feira que advertiu o funcionário por sua conduta, mas afirmou que não tinha a intenção de investigar mais ou de punir o vice administrativo.
"Pedi que atue com boa educação, sabendo como está o clima atual", declarou Aso no Parlamento, em uma aparente referência ao escândalo de favorecimento. "Como tive a sensação de que estava suficientemente arrependido, não tenho a intenção de investigar mais", completou, antes de afirmar que considerava inútil castigar Fukuda porque, segundo ele, uma "advertência verbal é válida".
O porta-voz do governo, Yoshihide Suga, não comentou o caso e disse que concordava com as declarações do ministro Aso. Após as revelações sobre a falsificação de documentos referentes à venda de um terreno do Estado por um preço muito inferior a seu valor de mercado, a popularidade de Shinzo Abe registrou uma forte queda nas pesquisas. O chefe de Governo nega qualquer envolvimento com o caso.
O Japão é um dos países com a menor representação de mulheres na política e registra um sexismo profundamente arraigado. Uma pesquisa de 2017 mostrou que apenas 2,8% das vítimas de estupro procuraram a polícia, enquanto 58,9% não contaram o crime para ninguém, sem sequer para amigos ou parentes. O movimento #MeToo, que reforçou a conscientização sobre o problema do assédio sexual em todo o mundo, praticamente não repercussão no Japão, com exceção de algumas vozes.
AFP