Funcionários da gigante de telecomunicações chinesa Huawei colaboraram com o Exército chinês em projetos de pesquisa - ao contrário do que a empresa afirma -, segundo documentos consultados pela AFP nesta quinta-feira. Estudos publicados desde 2009 mostram que esses funcionários trabalharam com pesquisadores que pertenciam a diferentes unidades do Exército de Libertação Popular (EPL).
Os estudos especificam o nome dos pesquisadores e o setor da Huawei onde eles trabalharam. Um funcionário baseado em Xangai trabalhou para a unidade 78156 do EPL em um programa de segurança digital, que também envolveu um centro de tecnologia da Comissão Militar Central (CMC), o órgão que lidera o Exército chinês, atualmente comandado pelo próprio presidente Xi Jinping. A agência Bloomberg, que informou pela primeira vez sobre essas investigações comuns, acredita que essa colaboração ocorreu em pelo menos dezprojetos diferentes.
Em um e-mail enviado à AFP, a Huawei negou "qualquer colaboração ou parceria com instituições afiliadas ao EPL". "A Huawei não tem conhecimento de artigos científicos publicados pelos funcionários a título pessoal", afirma o grupo chinês. "A Huawei concebe e fabrica apenas produtos de comunicação em conformidade com as normas civis internacionais em vigor e não adaptamos nossos produtos de pesquisa e desenvolvimento das forças armadas", continua ele. Ao ser questionado a respeito, o Ministério da Defesa chinês não quis comentar os trabalhos de pesquisa.
AFP