Desde as primeiras horas da manhã, os ativistas bloquearam várias estradas na região, incluindo rodovias importantes como a AP7 e a A2, que ligam a região com a França e com Madri. Também cortaram importantes vias de acesso a Barcelona, que já foram reabertas, e algumas artérias da cidade, segundo o serviço regional de tráfego.
Uma primeira pessoa foi detida em uma avenida da cidade com material "que pode ser utilizado para a fabricação de artefato incendiário, ou explosivo", de acordo com a polícia catalã, os Mossos d'Esquadra. O conselho de ministro começou pouco depois das 9h (7h de Brasília) no palácio de Llotja de Mar, perto do litoral mediterrâneo. Um forte esquema de segurança foi montado para proteger o local, com várias barreiras erguidas a centenas de metros do edifício para manter os manifestantes longe.
A imagem contrasta com a reunião de quinta-feira entre Sánchez e o presidente da região da Catalunha, o independentista Quim Torra. O encontro terminou com um comunicado conjunto, no qual os dois governos se comprometem a "um diálogo efetivo" para "avançar em uma resposta democrática às demandas dos cidadãos da Catalunha, no âmbito da segurança jurídica".
Durante o encontro, celebrado em um elegante palácio de Barcelona após dias de negociações sobre o formato, os dois Executivos concordaram em prosseguir os contatos com outra reunião em janeiro. "Cabe a todos nós abrir uma nova etapa", afirmou Sánchez posteriormente, em um jantar com empresários, onde voltou a encontrar Torra.
O encontro foi criticado pela oposição conservadora. Pablo Casado, líder do Partido Popular, criticou Sánchez por tratar Torre "praticamente como um chefe de Estado", e disse ter sentido "vergonha". Nas ruas, os ânimos também se voltaram contra o Executivo separatista catalão por este diálogo que, segundo foi anunciado, continuará em janeiro.
"O diálogo para mim é um passo atrás. Agora não é o momento de tentar dialogar, esse momento já passou. Parece-me que se tratou apenas de uma encenação para acalmar os ânimos para hoje", declarou à AFP em Barcelona a manifestante Mariona Godia, de 35 anos.
AFP