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Especial

Igrejas católicas do Sri Lanka fecham por tempo indeterminado

Medida cumpre conselho de forças de segurança até que situação se normalize

Nos últimos dias, autoridades efetuaram a prisão de 75 pessoas | Foto: Jewel Samad / AFP / CP

Todas as igrejas católicas do Sri Lanka permanecerão fechadas e suspenderão as missas públicas até que a situação de segurança melhore no país, depois dos atentados que mataram 359 pessoas no domingo de Páscoa. "Por conselho das forças de segurança, manteremos todas as igrejas fechadas", afirmou à AFP uma fonte religiosa.

"Não vai acontecer nenhuma missa pública até nova ordem", completou a fonte. No domingo de Páscoa, três igrejas foram atacadas no momento da missa, assim como vários hotéis de luxo do país. Após os atentados, as autoridades reforçaram a segurança ao redor dos templos. A minoria cristã representa 7% da população do Sri Lanka, um país majoritariamente budista (70%).

O governo do Sri Lanka decretou estado de emergência e procura os responsáveis pelo atentado, atribuído a um movimento islamita local, o National Thowheeth Jama'ath (NTJ), e reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI). Nos últimos dias foram detidas 75 pessoas. Nesta quinta-feira, as Forças Armadas anunciaram a mobilização de milhares de soldados para ajudar a polícia nas buscas.

O exército aumentou número de militares envolvidos no dispositivo de 1,3 mil a 6,3 mil. Aeronáutica e marinha participam com 2 mil homens. "Temos o poder de buscar, confiscar e deter graças ao estado de emergência", ativado na segunda-feira, afirmou o general Sumith Atapattu

"Falha" do Estado

Colombo reconheceu uma "falha" do Estado na área de segurança, pois as autoridades não conseguiram impedir o massacre apesar de terem recebido informações prévias cruciais. Um alerta emitido há 15 dias, que prevenia que o NTJ preparava atentados, não foi comunicado ao primeiro-ministro e a ministros importantes.

A advertência era baseada em elementos transmitidos por "uma agência de inteligência estrangeira" e havia sido divulgada à polícia. "Claramente aconteceu uma falha de comunicação (dos serviços) de inteligência. O governo deve assumir suas responsabilidades, porque se a informação tivesse sido transmitida às pessoas corretas, teria permitido evitar ou minimizar os atentados", admitiu o vice-ministro da Defesa, Ruwan Wikewardene.

A polícia é subordinada ao presidente Maithripala Sirisena, que é rival do primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe. O primeiro destituiu o segundo no ano passado, mas foi obrigado a readmiti-lo no posto depois de sete semanas de caos político. Os dois homens, com personalidades antagonistas, tem uma aversão recíproca e impõem obstáculos ao trabalho do outro.

Alvo de críticas por sua falta de ação, a máxima autoridade do ministério da Defesa demitiu-se nessa quinta-feira, segundo uma fonte ministerial. Hemasiri Fernando entregou sua carta de demissão ao presidente Maithripala Sirisena, que é também ministro da Defesa.

"Disse ao presidente que aceitava a responsabilidade" dos atentados, informou esta fonte, que pediu para permanecer anônima. O governo cingalês anunciou na quarta-feira que "nove homens-bomba" morreram nos atentados de Domingo de Páscoa. Oito foram identificados, mas os nomes não foram revelados.

Oito explosões

Nos oito locais em que aconteceram explosões no domingo, seis - três igrejas de Colombo, Negombo e Batticaloa e três hotéis de luxo em Colombo - foram alvos de atentados suicidas durante a manhã. Posteriormente foram registradas explosões ao meio-dia em dois pontos da periferia de Colombo: estas foram obra de suspeitos que cometeram suicídio para evitar a prisão.

Uma pessoa pretendia executar um atentado em um quarto hotel de luxo, mas não detonou sua carga explosiva por uma razão indeterminada. O suspeito, cercado pelas forças de segurança horas depois na periferia sul de Dehiwala, cometeu suicídio. Quase no mesmo momento, duas pessoas - um homem e uma mulher - detonaram explosivos durante uma operação policial na residência de suspeitos na periferia norte de Orugodawatta.

O paradeiro do suposto líder do NTJ, Zahran Hashim, é desconhecido no momento. "Vários homens-bomba estudaram e são de classe média ou de classe média alta. São bastante independentes economicamente e suas famílias são bastante estáveis, o que é um fator preocupante", afirmou o vice-ministro da Defesa.

AFP