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Verão

Especial

Inauguração da nova sede do BCE em Frankfurt termina em tumulto

Manifestantes pediam liberdade para as pessoas na Europa

Uma multidão se preparou para protestar contra o BCE | Foto: Daniel Roland / AFP / CP
Milhares de pessoas protestaram nesta quarta-feira em Frankfurt contra a política do Banco Central Europeu (BCE), que inaugurou a nova sede, em manifestações que terminaram com centenas de detidos e vários policiais feridos. Trinta e cinco pessoas - 14 policiais e 21 manifestantes - ficaram feridas nos distúrbios, segundo a polícia e o grupo que convocou a mobilização. Dezenas foram vítimas de reações alérgicas provocadas pelas bombas de gás lacrimogêneo.

Muitos carros foram incendiados, em meio a barricadas criadas na cidade, a capital financeira da Alemanha. No início da tarde a polícia anunciou que 16 pessoas estavam detidas. Dezenas de pessoas foram convidadas a assistir a uma cerimônia simples para inaugurar o imóvel de 1,3 bilhão de euros, que de fato já é ocupado pelo BCE desde o ano passado.

O presidente da instituição, Mario Draghi, reconheceu que o BCE se tornou o "centro das críticas daqueles que estão frustrados com a situação na Europa", mas considerou as críticas "injustas". De acordo com Draghi, a ação do BCE tem justamente o objetivo de "aliviar" a situação.

Um grande esquema de segurança foi montado ao redor do prédio, o que não impediu a presença dos manifestantes, convocados pelo coletivo anticapitalista Blockupy. Pelo menos 10.000 pessoas eram esperadas na cidade para caminhar em direção ao BCE e protestar contra as políticas de austeridade na Europa, particularmente na Grécia.

Alguns prédios administrativos foram alvos de pedradas, carros policiais foram incendiados e helicópteros sobrevoavam a região. "Havíamos convocado manifestações pacíficas e é óbvio que alguns manifestantes que não integram o Blockupy se somaram ao movimento. Lamento", declarou Hermann Schauss, deputado regional de Hesse, membro do partido de extrema-esquerda Die Linke. "O que conta é que as pessoas se reúnam para protestar" completou.

Os membros do Blockupy pretendem seguir para o centro histórico da metrópole financeira alemã, onde serão organizados discursos e uma passeata no meio da tarde. Entre os oradores estão integrantes do partido de extrema-esquerda grego Syriza, atualmente no poder em Atenas, e do partido espanhol Podemos.

Além dos 10.000 manifestantes esperados pelo Blockupy, um trem especialmente fretado de Berlim transportará 800 pessoas e 60 ônibus procedentes de 39 cidades europeias estavam a caminho de Frankfurt.

Na grande avenida que leva ao BCE, mais de 100 manifestantes gritavam, diante do cordão de isolamento: "1, 2, 3, lasst die Leute frei" ("1, 2, 3, liberdade para as pessoas"). Também foram ouvidos gritos de "porcos nazistas" em direção aos agentes.

"Nós, do Blockupy, não havíamos previsto que o dia seria assim. Mas o cenário de guerra civil montado pela polícia foi interpretado por muitas pessoas como uma provocação", declarou à agência DPA Hendrik Wester, porta-voz do Blockupy.

A polícia de Frankfurt mobilizou milhares de agentes, com o apoio de helicóptero e jatos de água para dispersar os manifestantes violentos.

"Esta mobilização policial é uma das mais importantes organizadas na história da cidade", disse um porta-voz da força de segurança.

AFP