"Advertimos o governo do Reino Unido sobre as graves consequências no mundo todo em caso de agressão direta à integridade territorial da República do Equador em Londres", afirmou o comunicado lido pelo chanceler venezuelano Nicolás Maduro ao término do encontro em Guayaquil, no sudoeste do Equador.
"Rejeitamos as ameaças intimidadoras proferidas por porta-vozes do governo do Reino Unido pela violação dos princípios de soberania e integridade territorial das nações", afirma outra parte da declaração.
Os chanceleres da Alba se reuniram dois dias depois de o Equador conceder asilo diplomático ao australiano Assange, fundador do WikiLeaks, que se refugiou na embaixada equatoriana em Londres no dia 19 de junho para evitar sua extradição à Suécia.
Assange, de 41 anos, é requerido pela justiça sueca por acusações de agressão sexual que ele nega ter cometido. O fundador do WikiLeaks teme que a Suécia possa ser somente uma passagem antes de uma posterior extradição para os Estados Unidos, onde é acusado de espionagem devido à publicação de milhares de documentos secretos do Departamento de Estado.
O governo do Equador denunciou que as autoridades britânicas ameaçaram entrar em sua embaixada em Londres para deter Assange, embora posteriormente o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, tenha negado a possibilidade.
No entanto, a Alba ressaltou ontem que "as ameaças proferidas pelo governo do Reino Unido, que supõem a possibilidade de uma entrada indevida na sede diplomática do Equador em Londres para prender Julian Assange, constituem atos intimidadores que atentam contra a integridade territorial da República do Equador".
AFP