O vice-presidente iraniano, Ali Akbar Salehi, anunciou na última terça-feira que a República Islâmica também desejava fabricar novas centrífugas para aumentar sua capacidade de enriquecimento. O representante iraniano na AIEA convidou os signatários do acordo, especialmente os europeus, a encontrar "muito rapidamente" uma solução para "compensar" os efeitos econômicos da retirada dos Estados Unidos. Se não, o Irã "não aceitará continuar respeitando seus compromissos", acrescentou.
Em um discurso na última segunda-feira, o guia supremo iraniano Ali Khamenei afirmou que seu país tinha "o dever de se preparar rapidamente" para aumentar a capacidade de enriquecimento de urânio. O enriquecimento de urânio permite produzir combustíveis para usinas nucleares que produzem eletricidade atômica ou outras aplicações civis, particularmente na medicina. Mas o urânio altamente enriquecido e em quantidade suficiente permite a fabricação de uma bomba atômica.
Os Estados Unidos e Israel acusam o Irã de querer fabricar uma bomba atômica, mas o Irã rejeita essas acusações dizendo que seu programa tem um objetivo pacífico e civil. O acordo sobre o programa nuclear do Irã, assinado entre Teerã e o Grupo 5+1 (China, EUA, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha), permitiu o retorno do Irã à comunidade internacional após anos de isolamento e uma levantamento das sanções internacionais em troca de uma drástica redução em suas capacidades atômicas.
AFP