"Eu não acho que existam exceções, mas elas se calam por medo de quebrar o elo com sua fonte", acrescentou Hayashi. "Estamos determinadas a erradicar o assédio sexual e outros ataques à dignidade humana", insistiu Hayashi. "A sociedade japonesa ainda é marcada por um pensamento muito masculino, mas mudando os meios podemos contribuir para mudar a sociedade", ressaltou a jornalista.
As 86 jornalistas já registraram 19 depoimentos de colegas de profissão do sexo feminino com entre 30 e 50 anos que trabalham para veículos escritos ou audiovisuais. Esses depoimentos dão conta, por exemplo, de toques em um táxi, alusões sexuais, perguntas sobre a vida privada por líderes políticos. Também revelam a falta de compreensão das hierarquias das empresas quando se queixam das coisas que acontecem.
A iniciativa surgiu depois do escândalo causado por um caso de assédio sexual de uma jornalista por um alto funcionário do Ministério das Finanças. O vice-ministro das Finanças, Junichi Fukuda, foi forçado a renunciar. Mas, apesar da renúncia, ele ainda tem o apoio do vice-primeiro-ministro e do ministro das Finanças Taro Aso.
No Japão, a grande maioria das mulheres que sofrem assédio sexual permanece em silêncio porque as pessoas que decidiram falar foram submetidas a fortes pressões, que vão de difamação na internet a ameaças físicas.
AFP