A justiça sueca arquivou a investigação, mas a polícia britânica ainda quer prendê-lo por violar os termos de sua liberdade condicional.
Em uma audiência na semana passada, o advogado do fundador da Wikileaks, Mark Summers, disse que o mandado de prisão "perdeu o propósito e a função". Summers estimou que Assange vivia em condições "semelhantes ao encarceramento" e que sua "saúde psicológica se deteriorou".
No entanto, o promotor Aaron Watkins considerou "absurda" a demanda de Assange, que teme sair da embaixada e acabar em uma prisão dos Estados Unidos por ter vazado milhares de segredos oficiais deste país. No ano passado, o procurador-geral Jeff Sessions afirmou que a prisão do fundador do Wikileaks era "uma prioridade".
A demanda da Assange acontece pouco depois do Equador lhe conceder cidadania e status diplomático. O Reino Unido indicou, no entanto, que tal procedimento não alterava a situação jurídica de Assange. "O Equador sabe que a única maneira de resolver esta questão é que Assange deixe a embaixada para enfrentar a justiça", afirmou um porta-voz do ministério das Relações Exteriores britânico.
A situação de Assange tornou-se "uma pedra no sapato" do Equador, de acordo com seu presidente Lenin Moreno, que herdou o problema de seu antecessor e agora inimigo Rafael Correa. Em várias ocasiões, o governo de Quito criticou o fato de seu hóspede interferir em assuntos de países terceiros, como nas últimas eleições dos Estados Unidos -
nas quais o Wikileaks divulgou mensagens comprometedoras da campanha da candidata Hillary Clinton - ou na recente crise política na Catalunha, onde se posicionou em favor dos independentistas.
AFP