Cerca de 200 ONGs pediram ao governo de Boris Johnson, nesta sexta-feira, que desista do suposto plano de cortar a generosa ajuda britânica ao desenvolvimento, a qual poderá ser vítima da crise econômica causada pela pandemia e de um aumento excepcional no gasto militar.
"Em um momento em que se prevê que 115 milhões de pessoas cairão na pobreza extrema, é necessária uma resposta internacional e de cooperação à Covid-19", defendem os líderes de 187 organizações, incluindo Greenpeace UK e Save the Children, em uma carta aberta ao executivo da Boris Johnson. "Este é um momento que exige um maior, e não menor, compromisso do governo britânico para tentar fazer do mundo um lugar mais saudável, seguro e próspero", acrescentam.
O Reino Unido é o único país do G7 que dedica 0,7% de seu Produto Interno Bruto (PIB) à ajuda ao desenvolvimento, conforme estabelecido pelos objetivos das Nações Unidas. Trata-se de um compromisso consagrado na lei britânica que Johnson prometeu manter em seu programa eleitoral de 2019.
Na quinta-feira, porém, ao anunciar um aumento excepcional de 24,1 bilhões de libras (US$ 32 bilhões) para o orçamento de defesa nos próximos quatro anos, apesar do enorme endividamento causado pela pandemia, o líder conservador não negou que os fundos poderão sair de um corte na ajuda internacional. Segundo a imprensa britânica, o orçamento da ajuda ao desenvolvimento poderia se ver reduzido para 0,5% do PIB.
AFP