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Milhares de pessoas participam do funeral de general iraniano no Iraque

Corpos das dez vítimas dos ataque dos EUA são levados de Kazimiya para a chamada Zona Verde

Milhares de iraquianos entoaram palavras de ordem contra os Estados Unidos no funeral do general iraniano Qasem Soleimani | Foto: Ahmad Al-Rubaye / AFP / CP

Milhares de iraquianos entoaram, neste sábado, em Bagdá, palavras de ordem contra os Estados Unidos no funeral do general iraniano Qasem Soleimani e de um líder miliciano, mortos no Iraque por um drone americano. Pouco antes, um novo ataque aconteceu no norte de Bagdá contra um comboio da Hashd Al Shaabi, uma coalizão paramilitar pró-iraniana que faz parte das forças de segurança do Iraque, segundo uma fonte policial.

"Há mortos e feridos", disse Hashd, acusando os Estados Unidos, que ainda não reagiu. O assassinato, na sexta-feira (3), de Soleimani - o arquiteto da política do Irã no Oriente Médio - e do líder miliciano Abu Mehdi Al Muhandis - número dois da Hashd Al Shaabi e considerado o homem do Irã em Bagdá - ameaça o surgimento de um novo conflito na região.

O Irã prometeu "uma dura vingança no momento e no lugar apropriados". O ataque perto do aeroporto de Bagdá destruiu completamente dois veículos e deixou um total de dez mortos, cinco iraquianos e cinco iranianos. Neste sábado, milhares de pessoas gritavam "Morte aos Estados Unidos!" no bairro xiita de Kazimiya, em Bagdá, durante o cortejo fúnebre do general e do líder miliciano.

Os corpos das dez vítimas serão levados de Kazimiya para a chamada Zona Verde, um bairro sob rigorosas medidas de segurança e sede de instituições governamentais e de várias embaixadas, incluindo a dos Estados Unidos, que na terça-feira sofreu um ataque de apoiadores da Hashd.

O primeiro-ministro iraquiano Adel Abdel Mahdi também participou do funeral, assim como Hadi Al Ameri, chefe das forças pró-iranianas no parlamento iraquiano, o ex-primeiro-ministro Nuri Al Maliki e vários chefes de facções xiitas pró-iranianas.

"Grave erro"

Após o funeral, os corpos serão transferidos para Kerbala e Najaf, duas cidades sagradas xiitas ao sul da capital. Al Mouhandis será enterrado no Iraque e o corpo de Soleimani será transferido para o Irã, onde será sepultado na terça-feira em sua cidade natal, Kerman (centro). Na terça-feira passada, durante o funeral de 25 combatentes de uma milícia Hashd, a multidão atacou o primeiro perímetro da embaixada dos Estados Unidos com barras de ferro.

Os analistas agora temem um conflito entre o Irã e os Estados Unidos em solo iraquiano. O presidente americano, Donald Trump, disse, no entanto, que eliminou Soleimani para parar uma guerra e não começar outra, e garantiu que o general planejava um ataque "iminente" contra os interesses dos Estados Unidos.

No Irã, as autoridades decretaram três dias de luto oficial em memória de Soleimani, de 62 anos. Na sexta-feira, dezenas de milhares de pessoas foram às ruas de Teerã aos gritos de "Morte aos Estados Unidos!". O Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã disse que os Estados Unidos cometeram "seu erro mais grave" com a morte de Soleimani.

"Esses criminosos sofrerão uma dura vingança no momento e local apropriados", alertou. O guia supremo iraniano, Ali Khamenei, e o presidente Hassan Rohani, que já nomearam Esmail Qaani para substituir Soleimani, também pediram represálias. Após o ataque, as forças pró-iranianas parecem mais fortes do que nunca no Iraque, país mergulhado há três meses em uma revolta popular contra o poder e a influência do Irã. O ataque americano "viola a soberania do Iraque", disseram os líderes iraquianos.

O líder xiita iraquiano Moqtada Sadr reativou sua milícia, chamada Exército Mehdi, que havia sido dissolvida após a luta contra a ocupação americana no Iraque (2003-2011). Por sua parte, Hadi Al Ameri, líder dos parlamentares pró-iranianos no Iraque, pediu união para "expulsar as tropas estrangeiras", referindo-se aos americanos.

Os deputados se reunirão no domingo e poderão revogar o tratado entre o Iraque e os Estados Unidos, que permite a presença de 5,2 mil soldados americanos no país petrolífero.

AFP