"Foi minha mãe que manteve viva a memória do meu pai", Nelson Mandela, durante seus 27 anos de prisão antes de se tornar o presidente da África do Sul, em 1994, recordou sua filha mais velha, Zenani Mandela-Dlamini, entre os aplausos do público. "Ela que manteve seu nome na boca das pessoas, que levou seu coração às pessoas", disse, diante do caixão coberto pela bandeira sul-africana e colocado no centro do estádio.
Escoltado por motoristas, o caixão da "Mama Winnie" havia saído neste sábado pela manhã da sua casa em Soweto, o bairro pobre de Johannesburgo ao qual foi fiel durante a vida toda. Na chegada ao estádio de Orlando, a alguns quilômetros de distância, o caixão foi recebido por milhares de pessoas que, com o punho em riste, entoaram uma canção de luta: "Não há ninguém como Winnie Mandela". "Foi um de nossos melhores soldados. Lutou desde o início até o final. Vá em paz, Mama", disse o espectador Brian Magqaza, de 53 anos.
Vários líderes estrangeiros, entre eles os chefes de Estado congolês, Denis Sassou Nguesso, e namibiano, Hage Geingob, compareceram à cerimônia, na qual o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, pronunciou um discurso fúnebre no qual qualificou Winnie de "muralha" contra o apartheid.
Personalidades como Jesse Jackson, emblemático militante dos direitos civis nos Estados Unidos, também assistiram ao funeral. Winnie Mandela "nunca parou de lutar", disse na sexta-feira o pastor, de 76 anos. Após as cerimônias oficiais, Winnie Mandela será enterrada neste sábado à tarde no cemitério de Fourways, um bairro residencial de Johannesburgo, junto com uma de suas netas, falecida em 2010. Também estava entre os presentes a modelo britânica Naomi Campbell.
AFP