O anúncio da Rússia de que parte de suas tropas mobilizadas perto da fronteira ucraniana voltaria para suas bases deve ser acompanhado de "ações", afirmou nesta terça-feira a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock.
"Qualquer passo verdadeiro de desescalada seria um momento de esperança. Mas até agora só há anúncios e precisamos de fatos", disse Baerbock em coletiva de imprensa em Madri, depois de se reunir com seu homólogo espanhol José Manuel Albares.
O anúncio das tropas, o primeiro sinal de distensão por parte de Moscou, foi vago e não se sabe quantos soldados afeta. A Rússia mobilizou mais de 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia desde dezembro. "Quanto aos movimentos de hoje (terça-feira), ainda é muito cedo, estamos verificando se realmente é uma verdadeira desescalada, o que seria uma boa notícia", disse Albares na coletiva de imprensa.
Pouco depois do anúncio russo, começou em Moscou uma reunião entre o presidente russo Vladimir Putin e o chanceler alemão Olaf Scholz. A reunião tem como objetivo tentar abrir o caminho para resolver a crise entre Rússia e os países ocidentais, alimentada pela implantação militar russa perto das fronteiras com a Ucrânia, o que faz os ocidentais temerem uma invasão.
A Rússia, que anexou em 2014 a península da Crimeia, apoia desde então os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia e nega qualquer intenção de invadir seu vizinho.
Por outro lado, se declara ameaçada pela expansão da Otan para o leste da Europa e exige "garantias de segurança", especialmente que a Ucrânia não seja admitida na Aliança Atlântica. Essas exigências foram rejeitadas pelos ocidentais.
AFP