Ninguém será responsabilizado pelo incêndio que destruiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista (zona norte do Rio), em setembro de 2018. Foi o que anunciou na segunda-feira, 6, a Polícia Federal, responsável pela investigação. A PF concluiu que o fogo começou em um auditório no primeiro andar, provavelmente em um aparelho de ar condicionado, e não foi proposital. Também não considerou omissa a conduta dos gestores. Anos antes, eles já haviam identificado risco de incêndio no prédio e negociavam a reforma do imóvel - que não chegou a começar. O Museu faz parte da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Guardava acervo de 20 milhões de itens, dos quais de 70% a 75% foram destruídos.
Segundo a PF, "a perícia técnica-criminal confirmou que o início do fogo ocorreu no Auditório Roquette Pinto, localizado no 1º andar, próximo à entrada principal do Museu. O local provável do início do incêndio foi um dos aparelhos de ar condicionado instalado no interior do Auditório. O laudo pericial descartou a hipótese de incendiarismo ou ação criminosa".
Segundo o inquérito, em agosto de 2015 o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro havia iniciado uma fiscalização no prédio do Museu Nacional. Mas essa fiscalização não foi concluída e o oficial-bombeiro responsável chegou a ser punido administrativamente, por não ter terminado o serviço. Sobre esse episódio, o Corpo de Bombeiros informou que a fiscalização foi concluída e o militar foi punido por não ter aplicado multa.
"Não houve nenhum tipo de falha na vistoria, que foi concluída, tendo o militar notificado o Museu Nacional para regularização junto ao Corpo de Bombeiros no que diz respeito à segurança contra incêndio e pânico. No entanto, houve uma omissão dos administradores da edificação, que não cumpriram as exigências. Sendo assim, o correto seria a aplicação de um auto de infração, o que não foi feito. Por esse motivo, o oficial incorreu em transgressão e cumpriu prisão administrativa", disse a nota.
Segundo a PF, após essa fiscalização, o reitor da UFRJ e a diretora do Museu Nacional iniciaram negociações com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para revitalização do prédio. O contrato foi assinado em junho de 2018, mas o valor não chegou a ser entregue, afirma a PF.
AE