"É algo difícil de entender para os que vivem nas regiões afetadas pelos bombardeios nucleares", disse. "Como único país que sofreu a devastação destas armas, peço que façam tudo o que estão em suas mãos para participar o mais rápido possível nas negociações e revisar sua política de defesa que depende de um guarda-chuva nuclear", o de Washington, que se compromete a proteger o aliado japonês pelo princípio de dissuasão.
No início de julho, um tratado que proíbe as armas atômicas foi adotado por 122 Estados membros da ONU, mas as potências nucleares - Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, China, França, Índia, Paquistão, Coreia do Norte e Israel - boicotaram as discussões, assim como o Japão e a maioria dos países da Otan. Taue expressou uma "profunda gratidão" à ONU e a todos os que promoveram o tratado "que fala tão bem do sofrimento e dos esforços dos hibakusha (sobreviventes afetados pela explosão)" e poderia ser batizado como "o Tratado de Hiroshima e Nagasaki".
O primeiro-ministro, Shinzo Abe, presente na cerimônia, não fez referência explícita ao documento. "O Japão está decidido a desempenhar um papel de primeira linha trabalhando com as potências nucleares e não nucleares, para conseguir um mundo sem armas atômicas", afirmou.
Às 11H02 locais (23H02 de Brasília, terça-feira) uma sirene tocou, no momento exato em que a bomba de plutônio, batizada como "Fat Man", foi lançada em 9 de agosto de 1945 pelos americanos sobre Nagasaki, matando 74.000 pessoas, três dias depois da bomba "Little Boy", de urânio, ter provocado 140.000 mortes em Hiroshima. Milhares de pessoas, incluindo sobreviventes e parentes de vítimas, respeitaram um minuto de silêncio. Os dois bombardeios precipitaram a rendição do Japão em 15 de agosto de 1945 e o fim da Segunda Guerra Mundial.
AFP