"Hoje, outras 82 meninas de Chibok (nordeste) foram libertadas (...) em troca de alguns supostos membros do Boko Haram detidos pelas autoridades", tuitou a Presidência da Nigéria, acrescentando que as jovens são esperadas em Abuja no domingo.
"Após longas negociações, nossas agências de segurança trouxeram as meninas de volta", completou a Presidência, sem especificar quantos extremistas teriam sido soltos.
Uma fonte militar de Banki (nordeste da Nigéria) confirmou que "pelo menos 80 jovens de Chibok foram levadas para Banki" e "partirão de avião para Maiduguri (capital do estado de Borno) amanhã". Lá, serão recebidas pelo presidente Muhammadu Buhari.
Enoch Mark, pai de uma dessas garotas, também confirmou a notícia.
"Fomos postos a par pelo movimento Bring Back Our Girls ("Tragam nossas garotas de volta") e por um oficial do estado de Borno. É uma excelente notícia para nós", declarou Mark.
Em um comunicado publicado no Twitter neste sábado, o BBOG afirmou que "as expectativas são grandes. Nos alegra ouvir, de maneira oficial, que esta notícia está confirmada e é certa".
Na sexta, as embaixadas britânica e americana disseram ter recebido um informe, segundo o qual o Boko Haram planejava um sequestro de nacionais estrangeiros "ao longo do eixo Banki-Kumshe".
Particularmente ativas nessa região devastada por oito anos de conflitos, as ONGs tiveram de suspender suas atividades nessa área.
Em meados de abril, completaram-se três anos do sequestro de cerca de 200 jovens por parte do Boko Haram, em 2014.
Divulgado pelos jornais do mundo inteiro, esse sequestro coletivo provocou uma onda de indignação, à qual muitas celebridades do mundo todo aderiram nas redes sociais com a hashtag #bringbackourgirls.
Em outubro de 2016, 21 jovens foram libertadas. Algumas delas deram à luz no cativeiro, após negociações entre Boko Haram e o governo, com a ajuda do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) e da Suíça.
Naquele momento, o porta-voz da Presidência, Garba Shehu, afirmou que a libertação de outras 83 jovens estava sendo negociada, mas que elas continuavam detidas por outras facções do grupo.
No mês passado, Shehu declarou à rede BBC que as negociações continuavam em curso, e que o CICR continuava apoiando os diálogos.
Esse conflito, particularmente sangrento na zona do lago Chade, deixou mais de 20 mil mortos e 2,6 milhões de deslocados.
AFP