Obama agradeceu as equipes de emergência médica que atuaram no pior ataque nos Estados Unidos desde os atentados de 11 de setembro de 2001. Quatro dias após o massacre, que fez 49 mortos e 53 feridos e que foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico ao qual o assassino jurou fidelidade, o presidente dos Estados Unidos chega a uma cidade que inicia seu luto.
Em Orlando e seus arredores, começaram as cerimônias fúnebres das 49 vítimas do massacre. O primeiro a ser enterrado, na quarta-feira, foi Javier Jorge Reyes, um vendedor de 40 anos de origem porto-riquenha. Um gabinete de atenção aos sobreviventes do ataque e aos familiares das vítimas foi instalado no grande estádio local, o Camping World Stadium, e já recebeu dezenas de pessoas a procura de informações sobre os trâmites administrativos.
O ataque, o mais grave nos Estados Unidos desde o 11 de setembro, foi cometido por um americano de origem afegã, Omar Mateen, morto durante um tiroteio com a polícia. Este massacre reviveu o debate sobre a venda controlada de armas de fogo, que opõe republicanos e democratas.
O assassino, que foi alvo no passado de investigações por supostas ligações com redes extremistas, comprou as armas utilizadas no ataque, um fuzil e uma pistola, legalmente. A este respeito, os democratas obtiveram uma pequena vitória ao conseguir, após 14 horas de obstrução parlamentar, fazer avançar um projeto de lei limitando o acesso a armas de suspeitos de terrorismo. O texto deverá agora ser examinado no Senado. Mas isso não garante sua adoção, uma vez que uma medida semelhante falhou em dezembro na câmara alta, onde a maioria republicana votou contra.
"Paremos com isso"
O texto prevê proibir pessoas que estão em uma lista de vigilância terrorista ou em uma lista de exclusão de voo de comprar armas de fogo.
O jornal Boston Globe publicou nesta quinta-feira em sua capa uma imagem impressionante de um fuzil sobre o qual escreveu "paremos com isso".
O candidato republicano à Casa Branca Donald Trump sugeriu na quarta-feira que poderia ser favorável a este texto, com o risco de provocar uma briga com o poderoso lobby das armas e seu partido.
No estádio da cidade, o Camping World Stadium, onde foi instalado um centro de assistência aos sobreviventes e parentes das vítimas, dezenas de pessoas vieram em busca de ajuda para lidar com os diversos procedimentos administrativos necessários.
As manifestações também continuaram na quarta-feira, como o evento de caridade organizado no club gay Southern Nights, destinado a angariar fundos para a equipe do Pulse, a boate alvo do ataque. Uma mensagem era retransmitida quase simultaneamente na igreja Trinity Downtown, durante uma reunião de oração. O pastor carismático Billy Brath explicou que foi várias vezes ao Pulse, elogiando o apoio da cidade de Orlando à comunidade LGBT.
Quanto a investigação, o promotor Lee Bentley não quis fornecer detalhes sobre um eventual processo contra a esposa de Omar Mateen, Noor Salman. Uma equipe estuda atualmente os elementos relativos ao caso para determinar se são suficientes para acusá-la.
Noor Salman poderia estar ciente das intenções de seu marido, sem informar as autoridades. O promotor também já avisou que não tolerará ameaças contra a comunidade muçulmana, após denúncias de vários ataques de cunho racista.
AFP