Policiais armados vigiam os postos de gasolina para manter a ordem nas longas filas. Caminhões que transportavam ajuda a Palu foram saqueados, de acordo com a imprensa. Em um primeiro momento, as autoridades ignoraram os saques, mas após alguns dias a polícia prendeu dezenas de pessoas e o exército advertiu que usaria armas de fogo contra os assaltantes. Os serviços de emergência ainda tentam encontrar sobreviventes entre os escombros, mas, seis dias após a tragédia, restam cada vez menos esperanças. As autoridades calculam que mais de 100 pessoas estão desaparecidas.
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A ONG Save The Children informou que muitos adolescentes e crianças estão dormindo nas ruas de Palu e destacou a urgência em identificá-los e encontrar seus pais. "É difícil imaginar uma situação mais aterrorizante para uma criança", afirmou Zubedy Koteng, assessor para a proteção da infância da ONG. "Muitas crianças estão em choque, traumatizadas, sozinhas e aterrorizadas. Os jovens que procuram por eventuais parentes sobreviventes viram e passaram por experiências horríveis, que nenhuma criança deveria passar", completou.
Ao mesmo tempo, o governo indonésio tenta responder às necessidades dos habitantes de produtos de primeira necessidade, enquanto as ONGs estrangeiras enviam equipes à região. O destino das crianças separadas de suas famílias pelo terremoto e que se tornaram órfãos é a maior preocupação. Quase 200 mil pessoas precisam de ajuda humanitária urgente, de acordo com a ONU. As autoridades calculam que 66 mil casas foram destruídas. Depois de tomar conhecimento da magnitude do desastre, o presidente indonésio Joko Widodo aceitou o envio de ajuda de organizações humanitárias e o apoio de outros países.
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O governo, no entanto, encontra dificuldades para levar ajuda aos sobreviventes, que passam fome e sede. Nos primeiros dias após o tsunami, o aeroporto de Palu ficou aberto apenas para os aviões militares. Nesta quinta-feira, porém, foi autorizado o tráfego limitado de aviões comerciais, com prioridade para os voos humanitários. A ONU prometeu 15 milhões de dólares de seus fundos de emergência. A Cruz Vermelha anunciou o envio de navios com mantimentos e equipamentos, incluindo utensílios de cozinha, barracas, sacos para cadáveres e mosquiteiros.
As autoridades estabeleceram prazo até sexta-feira para tentar encontrar sobreviventes entre os escombros. A energia elétrica foi restabelecida em alguns bairros de Palu e a rede de telefonia voltou a funcionar, assim como alguns mercados. Mas a vida mudou completamente para os moradores, que aguardam pela água e dinheiro prometido pelas autoridades. Em alguns locais, os habitantes aguardam por 24 horas para obter alguns litros de gasolina.
AFP