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Pandemia só acabará com acesso de vacinas para todos, dizem especialistas

Países pobres têm grandes problemas para procurar as doses e administrá-las em suas populações

Acúmulo de doses de vacina nos países mais ricos corre o risco de prolongar a crise | Foto: Jon Cherry / AFP / CP

As vacinas contra a Covid-19 só permitirão acabar com a pandemia se todos os países receberem doses de forma rápida e justa, alertaram vários especialistas neste sábado. Em uma carta aberta publicada na revista The Lancet, seus autores consideram que o acúmulo de doses de vacina nos países mais ricos corre o risco de prolongar a crise.

Por causa deste "nacionalismo" de vacinas, o Covax - dispositivo da ONU destinado a distribuir vacinas contra a Covid-19 aos países mais pobres - poderia enfrentar uma falta de doses por vários anos. "A verdade crua é que o mundo precisa de cada vez mais doses de vacinas anticovid do que nenhuma outra vacina na história para imunizar pessoas suficientes e alcançar a imunidade coletiva", diz o autor principal, Olivier Wouters, da London School of Economics and Political Science. "A menos que as vacinas sejam distribuídas de forma mais igualitária, pode levar anos antes que o coronavírus esteja sob controle em nível mundial".

Os países pobres têm grandes problemas para procurar as doses e administrá-las em suas populações, devido à falta de dinheiro e às carências em infraestruturas de transporte e armazenamento, especialmente para as vacinas RNA que devem ser conservadas a uma temperatura muito baixa. Apesar dos investimentos públicos e privados sem precedentes no desenvolvimento e fornecimento de vacinas, o Covax estima que precisa de 6,8 bilhões de dólares a mais para conseguir entregar vacinas a 92 países em desenvolvimento.

Os autores da carta aberta, com base em dados comerciais disponíveis, destacam que os governos dos países ricos representam 16% da população mundial que obteve 70% das doses, ou seja, o suficiente para vacinar várias vezes cada um de seus cidadãos. Segundo eles, as vacinas desenvolvidas pela China e Rússia podem ajudar a melhorar a situação, assim que forem aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

AFP