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O anúncio feito por ocasião da visita do presidente chileno ao Vaticano foi interpretado como uma mensagem concreta de que o pontífice está determinado a aplicar com firmeza a "tolerância zero" contra a pedofilia. A questão foi abordada pelos dois líderes durante a reunião privada na biblioteca particular do papa. "Tivemos um encontro muito bom e franco com o Papa Francisco, falamos sobre a difícil situação em que vive a Igreja no Chile. Compartilhamos a esperança de que a Igreja possa viver um verdadeiro renascimento e recuperar o afeto e a proximidade do povo de Deus ", disse Piñera em declarações à imprensa no final da reunião.
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Por sua parte, o Vaticano reconheceu em uma nota oficial que os dois líderes abordaram "a dolorosa ferida do abuso infantil, enfatizando o compromisso de todos em colaboração para combater e prevenir a prática desses crimes e sua ocultação". Em 28 de setembro, o papa expulsou do sacerdócio o influente religioso chileno Fernando Karadima, 88 anos, que formou vários bispos. Francisco está comprometido com a limpeza da Igreja chilena, atormentada por acusações de abuso sexual de menores e até agora afastou nove bispos.
Em maio último, os bispos chilenos, com mais de trinta anos de vida apostólica, apresentaram sua renúncia em bloco após o encontro com Francisco. O Ministério Público chileno investiga mais de cem bispos, padres e leigos como autores ou acobertadores em casos de abuso sexual de menores e adultos que se estenderam por quase seis décadas, e solicita informações sobre eles do Vaticano, tema sobre o qual Piñera não quis se pronunciar.
AFP