O papa Francisco pediu desculpas, nesta quarta-feira, antes da tradicional oração do Angelus, por ter "perdido a paciência" na noite anterior com uma fiel asiática que apertou com muita força sua mão. "Muitas vezes perdemos a paciência. Isso acontece comigo também. Peço desculpas pelo mau exemplo dado ontem", disse o chefe da Igreja Católica, falando da janela do Palácio Apostólico na Praça de São Pedro.
Imagens mostram o papa Francisco reagindo irritado a uma fiel que insiste em apertar sua mão. O vídeo foi registrado na véspera do Ano Novo na Praça de São Pedro, no Vaticano, e visto centenas de milhares de vezes nas redes sociais.
VIDEO: An image of Pope Francis slapping his way free from the clutches of an admirer yesterday had social media abuzz with comments on the pontiff's prompt riposte pic.twitter.com/5aHO0orbtN
— AFP news agency (@AFP) January 1, 2020
Depois disso, Francisco, 83 anos, continuou seu caminho e manteve um pouco mais de distância entre os fiéis entusiasmados. Quando questionado pela AFP, o serviço de imprensa do Vaticano se recusou a comentar o ocorrido.
VIDEO: Pope Francis apologises before the traditional Angelus prayer for slapping a woman who had grabbed him as he greeted a crowd of devotees pic.twitter.com/5ue7sVkS6u
— AFP news agency (@AFP) January 1, 2020
Papa critica a violência contra a mulher e a exploração de seu corpo
Em sua primeira missa do ano de 2020, o Papa Francisco chamou a atenção para a violência contra as mulheres e a exploração de seus corpos através do "consumismo" e da "pornografia". "As mulheres são uma fonte de vida. No entanto, são continuamente ofendidas, espancadas, violadas, induzidas a se prostituir e eliminar a vida que levam no útero", disse o pontífice.
Enfatizando que "o renascimento da humanidade começou com as mulheres", o papa argentino considerou que "toda a violência infligida às mulheres é uma profanação de Deus, nascido de uma mulher". "Como tratamos o corpo da mulher, entendemos nosso nível de humanidade", acrescentou, lamentando que esse corpo "se sacrifique nos altares profanos da publicidade, do lucro, da pornografia, explorados como uma terra a ser usada".
"Ele deve ser libertado do consumismo, deve ser respeitado e honrado. Ele é a carne mais nobre do mundo, porque ele concebeu e deu à luz o amor que nos salvou", continuou o pontífice. Segundo a tradição católica, Jesus Cristo foi concebido e nasceu, embora sua mãe, Maria, fosse virgem. Para o papa, a maternidade costuma ser "humilhada, porque o único crescimento que interessa é econômico".
Francisco, comprometido com a situação dos migrantes, lembrou que muitas mães "correm o risco de embarcar em viagens embaraçosas para tentar desesperadamente dar um futuro melhor ao fruto de suas entranhas". Essas mulheres e seus filhos são geralmente "considerados como números que excedem a cota por pessoas que têm o estômago cheio, mas com coisas e um coração vazio de amor".
AFP