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Especial

Peru continua sem presidente, enquanto direita pede anulação da eleição

Órgãos eleitorais sofrem pressão dos setores mais radicais que apoiam Keiko Fujimori

| Foto: STR / AFP / CP

A tensão cresce nesta terça-feira (15) no Peru que continua sem saber quem será seu novo presidente novo dias depois da eleição. O país enfrenta pedidos de políticos de direita para anular as eleições, cuja apuração dos votos dá uma pequena vantagem ao esquerdista Pedro Castillo.

"Continuam pedindo para derrubar a eleição", disse Castillo nesta terça-feira a correspondentes internacionais na sede de seu partido em Lima. "Nós estamos aguardando pacientes um resultado", acrescentou.

Keiko Fujimori, que denuncia "fraude" e pediu para anular milhares de votos, solicitou também uma "auditoria informática" ao órgão eleitoral (ONPE). O Júri Nacional Eleitoral (JNE), antes de proclamar o vencedor, está revisando as impugnações apresentadas por cada lado, principalmente pela candidata de direita.

"A democracia tem regras e prazos que todos devemos respeitar", declarou o cardeal Pedro Barreto nesta terça-feira ao canal RPP sobre os pedidos de anulação da eleição. Ele disse que a Igreja católica "está disponível" para mediação, com o objetivo de superar a "dolorosa e frustrante incerteza" que o país vivencia.

Ambos os órgãos eleitorais estão sob pressão dos setores mais radicais que apoiam Fujimori, que temem que a revisão das impugnações por parte do JNE não impeça uma vitória do professor de escola rural de esquerda.

A ONPE organiza as eleições e conta os votos, enquanto o JNE resolve as impugnações e proclama o vencedor oficial. A imparcialidade dos dois órgãos autônomos foi avaliada pelos observadores da Organização de Estados Americanos (OEA), que disseram que a votação de 6 de junho foi limpa, sem "graves irregularidades".

"Novas eleições" 

O almirante aposentado e parlamentar eleito Jorge Montoya pediu, na segunda-feira (15), para anular as eleições e convocar "novas eleições com auditores internacionais", ao afirmar no Twitter que o sistema eleitoral peruano "não representa mais confiança", e que por isso os chefes da ONPE e do JNE devem renunciar.

Nas ruas, dezenas de fujimoristas realizam diariamente manifestações em frente às casas dos chefes da ONPE, Piero Corvetto, e do JNE, Jorge Luis Salas, cujas residências estão agora sob custódia policial.

A atitude foi denunciada pela comissária de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet. Ela também expressou sua preocupação na segunda-feira pela tensão no Peru após as eleições, afirmando que está "surgindo uma fratura cada vez maior na sociedade peruana".

A última contagem do órgão eleitoral (ONPE) dá a Castillo uma vantagem de quase 45.000 votos (50,12% vs. 49,87% de Fujimori) com 99,98% dos votos apurados. Agora, todo o processo depende do que o JNE vai decidir para que os peruanos saibam quem será seu novo presidente.

 

AFP