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Verão

Especial

Peso argentino continua sob pressão dos mercados

Donald Trump deu a Macri respaldo político e se comprometeu em apoio do FMI

Argentina sofre com déficit comercial recorde estimado em mais de 10 bilhões de dólares para esse ano | Foto: Eitan Abramovich / AFP / CP
O peso argentino continuou sob pressão nesta segunda-feira após cair cerca de 6% desde a abertura dos mercados, apesar do respaldo político de Donald Trump ao presidente Mauricio Macri e um compromisso de apoio do FMI. A queda em relação à moeda americana é registrada na véspera da "superterça", dia em que vencem cerca de 650 bilhões de pesos (cerca de 25 bilhões de dólares) em Letras do Banco Central (Lebac), o que aumentará a tensão cambial se seus donos fugirem para o dólar. Ao todo, as emissões de Lebac somam 1,2 trilhão de pesos (cerca de 47 bilhões de dólares na taxa de câmbio desta segunda).

Além disso, nesta terça, o estatal Instituto de Estatísticas anunciará o índice de inflação de abril, que no primeiro trimestre acumula 6,8%. Uma parte dos donos de Lebacs embolsaria seus lucros de curto prazo para ir atrás de dólares, fenômeno de fuga de capitais que começou no fim de março e se intensificou em maio. As casas de câmbio trabalhavam nesta segunda com uma taxa de 25,50 pesos por dólar contra 23,93 de sexta-feira. Na abertura dos mercados, Macri e Trump conversaram por telefone.

Macri agradece a Trump

Macri agradeceu "as expressões de respaldo do subsecretário do Tesouro, David Malpass, e Trump lhe ratificou seu apoio aos diálogos com o Fundo Monetário Internacional", disse o governo em nota. A aprovação dos Estados Unidos será fundamental para o FMI aprovar um crédito de "stand by", um salva-vidas antecipado na semana passada pela diretora do organismo, Christine Lagarde, após elogiar a política do governo argentino. A desvalorização acumulada em 45 dias é de 19%, uma das maiores da última década. Desde então, o Banco Central vendeu mais de 9 bilhões de dólares e elevou as taxas a 40% para defender a moeda. Desde janeiro, as reservas monetárias caíram de 64 bilhões a 54 bilhões de dólares.

Desconfiança

A crise de confiança teve início quando os investidores financeiros de curto prazo concluíram que a Argentina não tinha margem para continuar com suas volumosas emissões de dívida no mercado internacional. "Nos financiaremos com o mercado local", tinha declarado semanas antes o ministro de Finanças, Luis Caputo. Os mercados não viram isso com bons olhos. Para piorar, os Estados Unidos elevaram sua taxa de juros e sugou fundos de países endividados. O governo confia que terça-feira a queda do dólar poderá ser controlada. Analistas estimam que uma taxa de 50% será oferecida para que os investidores permaneçam na moeda nacional.

A classificadora de risco Moody's considerou que as turbulências na Argentina farão os devedores enfrentarem "maiores custos de financiamento, alguns deles vendo-se impedidos de continuar tendo acesso ao mercado", segundo um relatório publicado nesta segunda. "Até agora, a resposta do governo foi aumentar fortemente as taxas de juros, reduzir os investimentos públicos de 2018 e iniciar negociações com o FMI para obter uma linha de crédito flexível. Essas medidas proativas buscam impedir que a turbulência financeira afete a economia real, embora provavelmente terão uma pressão negativa no crescimento econômico deste ano", avaliou a Moody's.

A economia argentina cresceu 2,8% em 2017, e para 2018 almeja fechar em 3,5%. O BRCA, o Indec e as consultorias privadas calculam que a fuga de capitais desde 2017 beira os 35 bilhões de dólares, somando despesas de turismo, deixando o país de fundos de investimento, pagamentos de dívidas e déficit comercial.

Stand by

Lagarde deu apoio político a Macri para negociar rapidamente um crédito de "stand by", mas o montante ainda não tinha sido anunciado. O FMI disse nesta segunda-feira que na sexta-feira se realizará "uma reunião informal que faz parte do processo usual de informar o Diretório Executivo sobre negociações de programas de alto acesso", como um "stand by" amplo.

A imprensa local garante que a Argentina requer pelo menos 30 bilhões de dólares, mas economistas afirmam que também serão necessários salva-vidas do Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento e Corporação Andina de Fomento. A Argentina sofre com déficit comercial recorde que as consultorias estimam para este ano em mais de 10 bilhões de dólares. O déficit fiscal é de quase quatro pontos do Produto Interno Bruto (PIB). As necessidades financeiras anuais alcançam cerca de 30 bilhões de dólares, segundo dados do orçamento.

AFP