Os drones foram vistos pela primeira vez voando em torno de Gatwick, o segundo aeroporto do Reino Unido, na quarta-feira, o que obrigou o fechamento da pista e provocou o caos para mais de 120 mil pessoas a poucos dias do Natal. Segundo o comunicado da polícia, a investigação segue em andamento e os agentes usam "um leque de táticas" para "detectar e impedir novas incursões de drones". "Seguimos pedindo à população e aos passageiros na região de Gatwick a fiquem atentos e nos ajudem comunicando imediatamente qualquer informação que possa nos auxiliar".
Os responsáveis pelos voos dos drones podem ser condenados a até cinco anos de prisão e a pagar multas elevadas. O aeroporto londrino voltou a operar na sexta-feira, apesar da última aparição de um drone ter ocorrido às 15h10min (de Brasília), o que provocou uma breve suspensão dos voos. O aeroporto reabriu a sua única pista pela manhã, depois de ficar paralisado por quase 36 horas devido à presença insistente de drones de origem desconhecida, um incidente "sem precedentes", segundo o governo.
Embora os misteriosos drones não tenham sido interceptados, a reabertura foi possível graças às "medidas" para mitigar a ameaça, em colaboração com a polícia e o exército, explicou à BBC o diretor de operações da Gatwick, Chris Woodroofe, sem dar mais detalhes. O exército usou tecnologia de ponta para procurar os dispositivos.
Em um comunicado, a polícia em Sussex, o condado onde fica o aeroporto, disse que eles "aplicaram recursos significativos para procurar e localizar o drone". Anteriormente, ele indicou que as forças de segurança "aumentaram significativamente" sua presença no local.
Hipótese 'ecologista'
A polícia tinha considerado abater os drones, uma possibilidade descartada pelas autoridades em um primeiro momento. Gatwick foi fechado na quarta-feira às 19h (de Brasília) quando dois drones foram observados sobrevoando a área da pista. O local foi reaberto por alguns minutos durante a noite e voltou a fechar às 1h45min (de Brasília), quando os drones foram novamente detectados. No total, os drones foram observados 50 vezes em 24 horas.
O diretor-geral do aeroporto, Stewart Wingate, denunciou uma "atividade muito direcionada com o objetivo de fechar o aeroporto e causar o maior número de distúrbios pouco antes do Natal". A polícia afirmou que este foi um "ato deliberado que busca perturbar o funcionamento do aeroporto", mas ressaltou que "não há absolutamente nenhuma evidência que sugira um vínculo terrorista". Woodroofe disse à BBC que "uma das hipóteses neste estágio é a de uma ação ambientalista".
Diante desse caos em Gatwick, o governo foi criticado por não fazer o suficiente para proteger os aeroportos. "Vamos ter que aprender muito rapidamente o que aconteceu", disse o ministro dos Transportes, Chris Gralying, à BBC. "Trabalhamos com fabricantes de drones em soluções técnicas, como geolocalização", disse a secretária de Transporte, Elizabeth Sugg.
Segundo ela, essa técnica permitiria, graças aos dados dos dispositivos, impedir que sobrevoassem certas áreas, como aeroportos ou prisões. A legislação britânica estipula que drones não podem ser utilizados a menos de um quilômetro de um aeroporto e que não podem superar uma altitude de 122 metros.
AFP