Suas primeiras palavras dirigidas ao presidente palestino destoaram do discurso comumente usado por diplomatas ocidentais diante das complexidades linguísticas do conflito israelense-palestino. "Obrigado por me receberem. Estou muito feliz com a estreita colaboração entre nossos dois países e com os sucessos alcançados nos campos da educação e da ajuda humanitária", disse ele, falando sem consultar anotações. A comunidade internacional geralmente se abstém de se referir aos Territórios Palestinos como um Estado ou um país. A Assembleia Geral das Nações Unidas concedeu em 2012 o status de Estado observador não-membro à Palestina. Os Territórios Palestinos devem, um dia, formar um Estado independente a que os palestinos aspiram. O ministério das Relações Exteriores britânicos nem os serviços do príncipe comentaram tais declarações.
Em 2016, um deputado da direita israelense provocou uma série de protestos ao parecer questionar a existência do povo palestino, porque a letra P não existiria em árabe e que a Palestina seria um nome de empréstimo. Parte da direita é hostil à criação de um Estado palestino, e alguns membros do governo israelense apoiam a anexação de pelo menos parte da Cisjordânia. O horizonte da paz nunca pareceu tão distante e, para o príncipe, o exercício diplomático é delicado.
Sua visita ocorre pouco mais de um mês após a inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, que endossou o reconhecimento do presidente Donald Trump da cidade como a capital de Israel, uma decisão vigorosamente contestada pelos palestinos. Membros da direita israelense criticaram o fato de que parte da visita do príncipe a Jerusalém Oriental e à Cidade Velha na quinta-feira foi apresentada pelos britânicos como ocorrendo nos Territórios Palestinos ocupados. A anexação de Jerusalém Oriental por Israel nunca foi reconhecida pela comunidade internacional, que considera Jerusalém Oriental como território.
AFP