Rodríguez renunciou após ser pressionado pelos próprios colegas da Suprema Corte, que exigiam que ele se afastasse para que outra pessoa ficasse encarregada de reorganizar o sistema judiciário, embora ele não seja mencionado em nenhum dos áudios divulgados até agora sobre tráfico de influência e venda de sentenças. O jurista se afastou um dia depois de declarar o Poder Judiciário em emergência por 90 dias, o que implica uma reorganização de órgãos administrativos, do Sistema Especializado em Crimes de Corrupção e a Gerência-Geral, entre outros.
Orlando Velásquez, que exercia o cargo de chefe do Conselho Nacional de Magistratura há três dias, também se demitiu. "A renúncia é irrevogável. Corresponde a nós, por dignidade, nos afastarmos", afirmou em uma entrevista coletiva. A decisão inclui outros dois conselheiros e abre caminho para que, na sexta-feira, o Congresso remova de seus cargos os sete integrantes do Conselho e nomeie novos. Velásquez negou ter cometido irregularidades, diferentemente de três colegas seus nos áudios divulgados pela imprensa a partir de 8 de julho.
A Comissão de Justiça do Congresso acordou na quarta-feira pedir a destituição de todos os integrantes do CNM. Este escândalo é um "déjà vu" da história peruana, pois a difusão de áudios ou vídeos gravados escondidos provocaram a queda do presidente Alberto Fujimori em 2000, a renúncia do então chefe de Estado Pedro Pablo Kuczynski em março e a suspensão há um mês do popular legislador Kenji Fujimori (filho do ex-governante).
AFP