Clive Goodman, que foi editor de temas da realeza no semanário, já desaparecido, disse em um tribunal de Londres que Diana enviou a informação ao seu gabinete em 1992 porque "estava atravessando um período muito, muito difícil". Diana acabava de se separar do príncipe Charles, o herdeiro do trono - se divorciaram quatro anos depois, em 1996 - e buscava um aliado para atacar o príncipe Charles, "para mostrar a ele que existiam forças que se voltariam contra ele", contou Goodman.
Diferentemente de outras muitas fontes do News of the World, Goodman declarou que a princesa não cobrou dinheiro pelo favor. O jornalista é acusado neste julgamento de ter pago pelos números de telefone da Casa Real. Em 2007 já havia sido condenado a quatro meses de prisão por interceptar conversas telefônicas de membros da realeza.
O "News of the World" foi, em certo momento, a revista mais vendida da Grã-Bretanha, com mais de 2,5 milhões de exemplares semanais, graças, em grande parte, as suas exclusivas sobre a vida particular dos famosos. Supostamente, muitas destas exclusivas eram produzidas com acesso ilegal às conversas telefônicas particulares de seus protagonistas.
Dois ex-redatores chefes do "News of the World", Andy Coulson e Rebekah Brooks, e outras seis pessoas, entre elas Goodman, são processadas desde 28 de outubro em Londres por estas escutas, que incluíram a intervenção - e eliminação de todas as mensagens de voz - do telefone de uma jovem desaparecida que foi assassinada.
O proprietário do jornal, o magnata australiano Rupert Murdoch, fechou o "News of the World" no dia 10 de julho de 2011 depois de 168 anos de circulação, quando sua situação se tornou insustentável à medida que seus métodos eram revelados.
AFP