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Especial

Protestos têm mais de 200 detidos na Tunísia

País vive clima tenso às vésperas das primeiras eleições municipais da Primavera Árabe

Tunísia vive dias tensos devido a protestos | Foto: Sofiene Hamdaoui / AFP / CP
Mais de 200 pessoas foram detidas, e dezenas ficaram feridas em várias cidades da Tunísia, conforme o Ministério do Interior nesta quarta-feira, após uma segunda noite de distúrbios causados por medidas de austeridade, sete anos depois da chamada "Primavera Árabe".

As manifestações pacíficas e esporádicas haviam começado na semana passada contra o aumento dos preços e medidas de austeridade em vigor desde o dia 1º e que incluem um aumento dos impostos. Os protestos degeneraram em distúrbios na segunda-feira à noite, especialmente em Túnis e Teburba, a Oeste da capital, onde um homem faleceu durante uma manifestação.

Durante uma visita nesta quarta-feira a El Battan, perto de Teburba, o primeiro-ministro tunisiano, Yusef Shahed, condenou os atos de vandalismo, que, segundo ele, "servem aos interesses das redes de corrupção para enfraquecer o Estado" e acusou a Frente Popular, um partido de esquerda que se opõe ao orçamento.

Na segunda noite de enfrentamentos, 49 policiais ficaram feridos e 206 pessoas foram detidas, informou nesta quarta-feira o porta-voz do Ministério, Khlifa Chibani. "Há saques e roubos, mas também uma mensagem política de uma parte da população que não tem nada a perder e que se sente ignorada pelo governo", sete anos após a Primavera Árabe exigindo emprego e dignidade, aponta o cientista político Selim Jarrat.

Ele destaca que muitos edifícios públicos, símbolos do Estado, foram atacados, e que o governo "ainda não se posicionou com firmeza contra os manifestantes".

Inflação

Após vários anos de marasmo econômico e contratações em massa de funcionários, a Tunísia enfrenta dificuldades financeiras significativas. A inflação ultrapassou 6% no final de 2017, enquanto a dívida pública e o déficit comercial atingiram níveis preocupantes.

Os ativistas da campanha "Fech Nestannew" ("O que estamos esperando"), lançada no início do ano contra o aumento dos preços, convocaram uma manifestação em massa na sexta-feira.

O mês de janeiro é tradicionalmente marcado por protestos na Tunísia desde a revolução de 2011. O contexto é especialmente tenso este ano, em vista da celebração em maio das primeiras eleições municipais desde a Primavera Árabe.

AFP