Cerca de um milhão de pessoas receberam ordens de deixar áreas costeiras de Flórida e Geórgia, na maior evacuação maciça do territótio norte-americano em doze anos. "Será realmente devastador", antecipou na quinta-feira o diretor da Agência Americana de Gestão de Emergências (FEMA), Brock Long. "Todo o sudeste dos Estados Unidos deve se proteger".
Com rajadas de vento de até 295 km/h, este furacão de categoria 5 - a mais alta - varreu pequenas ilhas caribenhas como Saint Martin, onde 60% das casas ficaram inabitáveis. "Parece como se uma podadora gigante tivesse descido do céu e passado pela ilha", explicou Marilou Rohan, moradora afetada. "As casas foram esmagadas. As pessoas não têm esperança, vemos em seus olhos", acrescentou Marilou nesta ilha conhecida pelas praias paradisíacas e cujo território França e Holanda compartilham.
As autoridades francesas confirmaram quatro mortos em Saint Martin e 50 feridos. Do lado holandês, houve pelo menos um morto. Nas Ilhas Virgens americanas, outras quatro pessoas morreram, anunciaram nesta quinta-feira autoridades locais.
Irma deixou uma décima vítima em Barbuda, uma ilha de 1.600 habitantes que, segundo seu primeiro-ministro, Gaston Browne, ficou "totalmente devastada". "Os que não acreditam em mudanças climáticas, esperamos que mudem de opinião quando virem estes desastres naturais", destacou.
Irma chegou a gerar ventos de 295 km/h durante mais de 33 horas, um recorde desde o início do monitoramento por satélites nos anos 1970. As fortes rajadas arrancaram tetos, esmagaram contêineres de embarcações e deixaram escombros por todo lado. Aeroportos, portos e linhas telefônicas ficaram fora de serviço.
A tempestade segue para as Bahamas com ventos de 280 km/h, segundo o último boletim do Centro Nacional de Furacões (NHC). A Cruz Vermelha Internacional informou que Irma afetou 1,2 milhão de pessoas, mas que a cifra poderia chegar a 26 milhões. Cuba também se prepara para receber o impacto dos ventos e temporais.
O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, descreveu o desastre como "inimaginável e sem precedentes". Seu governo enviou mais de 100.000 rações de combate, enquanto a Holanda se apressa a fornecer comida e água para 40.000 pessoas. A França também tenta estabelecer uma ponte aérea para levar ajuda às ilhas afetadas e evacuar os feridos, explicou a ministra francesa de Ultramar, Annick Girardin, que chegou na quinta-feira juntamente com 150 socorristas a Guadalupe, que serve como base de operações. Enquanto isso, o Reino Unido desbloqueou 35 milhões de euros e enviou dois navios militares para auxiliar.
AFP