O diretor-geral da Al Jazeera, Mostefa Souag, garantiu que os cortes de empregos são destinados a "otimizar" a produtividade e "evoluir o trabalho (da televisão) para que ela mantenha uma posição de liderança". "Embora a decisão esteja alinhada com o que é feito na mídia em todo o mundo, ela foi difícil de tomar", disse Souag. "No entanto, acreditamos que esta é uma boa decisão para mantermos a competitividade a longo prazo da nossa rede", acrescentou.
Um funcionário do canal disse que as primeiras demissões deve ocorrer na próxima semana e que a maioria dos cortes não afetam os jornalistas. Estas demissões ocorrem dois meses depois do anúncio do encerramento da Al-Jazeera América que, sozinho, representa cerca de 700 cortes de empregos. Fundada há 20 anos pelo governo do Catar, a Al-Jazeera emprega cerca de 4,5 mil pessoas em todo o mundo. Os cortes foram anunciados no momento em que o Catar, um grande produtor de gás e de petróleo, enfrenta uma queda dos preços destas fontes de energia.
O país prevê um déficit orçamentário de mais de 12 bilhões de dólares em 2016, o primeiro em 15 anos. Em dezembro, o emir do Catar, xeque Tamim ben Hamad Al-Thani, fez um alerta sobre os riscos do estado-providência. Ele estimou que a queda dos preços dos hidrocarbonetos pode ajudar a "corrigir os fenômenos negativos" que acompanharam o acúmulo de riquezas do país, como o "desperdício, a administração ineficiente e a falta de responsabilidade".
AFP