Os restos mortais "revelam que os xochimilcas enterravam seus entes queridos em suas casas, o que significa que no passado esta parte do centro de Xochimilco foi uma região residencial", explicou. Os sepultamentos caracterizam-se por terem quatro etapas de preparação: a primeira de cerâmica doméstica ricamente decorada e acompanhada de lâminas de obsidiana, a segunda tem pedras vulcânicas, a terceira apresenta cerâmica com restos ósseos de animais e a quarta tem barro queimado, explicou o INAH.
Segundo as temporalidades do material cerâmico, os esqueletos foram depositados durante o período Pós-clássico Tardio (1300 d.C.). Uma das ossadas corresponde a de "uma mulher de ao menos 700 anos", cujos restos estavam acompanhados de uma rica oferenda funerária composta por diversos objetos, como uma ponta de lança, várias lâminas de obsidiana verde e cinza e restos de animais, informou a instituição.
Os túmulos também incluem um menino de entre 15 e 17 anos, um homem que alcançou a quarta década de vida e uma menina de cerca de quatro anos, que apresentava cáries e danos severos em seus dentes de leite, provavelmente pela dieta que ingeriam, declarou por sua parte a arqueóloga Rosa María Alcántara. A especialista explicou que o homem "tinha desgastes nas vértebras e nos ossos das mãos", provavelmente ocasionados pelo trabalho que desempenhou".
Xochimilco, que foi lar de diversos povos nahuas, sempre foi uma região de canteiros e seu cultivo demandava muito esforço e uma posição anatômica flexionada para plantar. Durante o Pós-Clássico Tarido, Xochimilco foi um dos dois lagos de água doce dos sete que formavam a bacia do lago. Contudo, a riqueza de recursos naturais produzidos nesta área não beneficiava diretamente seus habitantes, devido ao fato que a grande parte de sua produção se destinava a pagar o imposto à Tripla Aliança, formada pelas grandes cidades de Tenochtitlan, Tlacopan e Texcoco.
AFP