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Sudão entregará ex-presidente Omar Al-Bashir ao Tribunal Penal Internacional de Haia

Militar é acusado de genocídio e crimes de guerra durante conflito em Darfur, que deixou 300 mil mortos conforme a ONU

Omar al-Bashir foi presidente do Sudão por 30 anos, sendo deposto em abril de 2019 | Foto: Yasuyoshi Chiba / AFP / CP

O Sudão entregará o ex-presidente Omar Al-Bashir ao Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, que o solicita desde 2009 por acusações de genocídio e crimes de guerra durante o conflito em Darfur, afirmou nesta terça-feira uma autoridade sudanesa. Preso em Cartum desde sua destituição em abril de 2019, o militar de 67 anos é processado por crimes cometidos em Darfur, durante um conflito que eclodiu em 2003 com insurgentes de minorias étnicas que se consideravam marginalizados.  Ao todo, 300 mil pessoas morreram e milhões de outras foram deslocadas desde o início do conflito, segundo a Organazição das Nações Unidas.

O TPI processa outras três pessoas pelas mesmas acusações: Ahmed Harun, Abdelrahim Mohamad Husein e Ali Kosheib. "A justiça não pode ser alcançada se não curarmos as feridas. Concordamos que todos que tiveram mandados de prisão emitidos contra eles comparecerão perante o TPI. Estou dizendo isso com muita clareza", disse Mohammed Hassan Eltaish, porta-voz do governo sudanês.

Já Mohamed al Tayichi, membro do conselho soberano do Sudão, afirmou que "os acusados pelo Tribunal Penal Internacional devem ir até lá". A declaração é feita depois que uma delegação do governo se reuniu com grupos rebeldes na capital do Sudão do Sul, Juba. A Justiça e a reconciliação em Darfur foram o foco das negociações. A reunião culminou em um acordo para o estabelecimento de vários mecanismos de pacificação da região, segundo a mesma fonte.

Bashir, que foi deposto em abril de 2019 após meses de protestos em todo o país, enfrenta cinco acusações de crimes contra a humanidade e duas acusações de crimes de guerra no TPI. Ele, que governou o Sudão por três décadas, foi o primeiro presidente em exercício a ser procurado pelo Tribunal e a primeira pessoa a ser acusada pelo TPI pelo crime de genocídio. Em dezembro passado, foi condenado a dois anos em uma instituição correcional depois de ser considerado culpado de corrupção e posse ilegítima de moeda estrangeira.

 

AFP e Correio do Povo