Antes da assinatura, o presidente tunisiano comemorou a "vitória contra a ditadura", em um discurso, lembrando, contudo, que o caminho para a democracia ainda "é longo". "Com o nascimento deste texto, confirmamos nossa vitória sobre a ditadura" do presidente Ben Ali, derrubado em 2011 pela revolta popular que deu origem à Primavera Árabe.
"O caminho ainda é longo. Ainda há muito a ser feito para que os valores de nossa Constituição façam parte de nossa cultura", acrescentou. É uma "vitória contra o terrorismo, uma vitória para todos", insistiu Marzouki, que concluiu seu discurso gritando "Viva a democracia. Viva a Tunísia".
A Carta Magna obteve uma ampla maioria de 200 votos a seu favor – 12 deputados votaram contra e quatro se abstiveram. A adoção da nova Constituição foi possível porque o partido islâmico Ennahda concordou em deixar o poder para que o ministro da Indústria, Mehdi Jomaa, formasse um governo de independentes, que terá como principal tarefa organizar eleições legislativas e presidenciais antes do final do ano.
"Em seis semanas, votaremos a lei eleitoral. A visibilidade é clara até as eleições, que, provavelmente, serão realizadas em outubro de 2014", disse à AFP Ameur Larayedh, líder do Ennahda. As datas oficiais das eleições devem ser definidas pela Instância Superior Independente para as Eleições (Isie) criada no início de janeiro.
Na terça-feira a Assembleia Nacional Constituinte vai votar a confiança no novo governo de Mehdi Jomaa. A sessão plenária está marcada para iniciar às 11h (8h de Brasília) para a apresentação do novo governo e o voto de confiança", indicou em sua conta no Twitter a deputada Karima Suid, assessora de imprensa da Assembleia. Ministro da Indústria, Jomaa foi eleito em dezembro pela classe política após longas negociações.
AFP