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Especial

Ucrânia precisará de armas do Ocidente até vencer, afirma chanceler

Dmytro Kuleba garantiu que armamento não será utilizado em território russo

| Foto: Roman Pilipey / AFP / CP

A Ucrânia vai precisar de mais armas de seus aliados ocidentais até que seu Exército derrote as tropas da Rússia, declarou à AFP o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba. "A verdade é que até que consigamos vencer, nós vamos precisar de mais (armas), precisamos seguir adiante, porque a guerra é uma realidade e, nesta realidade, nós precisamos de vencer. Não há outro caminho", afirmou o ministro em uma entrevista à AFP na quarta-feira.

Kuleba garantiu que a Ucrânia não utilizará estas armas em território russo. "Se nossos aliados solicitam uma garantia de que esta ou aquela arma será utilizada apenas em território ucraniano, nós damos esta garantia e a respeitamos", disse. "Houve algumas ocasiões em que fizemos tais promessas e as cumprimos", insistiu.

O ministro também explicou que a contraofensiva iniciada pelas forças ucranianas em junho tem como "objetivo" libertar todo o território do país. "Nosso objetivo é a vitória, a vitória sob a forma de libertação de nossos territórios dentro das fronteiras de 1991", declarou na entrevista. "E não importa o tempo que vai demorar", acrescentou.

As fronteiras de 1991 são as da Ucrânia independente após o colapso da União Soviética, que incluem a Crimeia, península anexada pela Rússia em 2014. A contraofensiva ucraniana conseguiu recuperar pequenas localidades, mas enfrenta muitas dificuldades para romper as sólidas linhas de defesa russas. "Enquanto o povo ucraniano compartilhar este objetivo, o governo ucraniano avançará de mãos dadas com seu povo", disse Kuleba, antes de reconhecer que a "Ucrânia paga o preço mais elevado" do conflito.

Na mesma entrevista, o chefe da diplomacia ucraniana destacou que o país iniciou um esforço "sistemático" para retomar as relações com a África. "Perdemos muitos anos, mas vamos avançar para um renascimento ucraniano-africano, fazer renascer estas relações. Este continente precisa de um trabalho sistemático e de longo prazo", disse Kuleba.

Desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, o chanceler ucraniano fez três viagens ao continente africano para tentar obter apoio contra Moscou. Uma delegação de chefes de Estado africanos visitou Kiev em junho para propor uma mediação - rejeitada pela Ucrânia - e depois viajou a Moscou. Embora "a maioria dos países africanos continue expressando sua neutralidade" diante do conflito, "está acontecendo uma lenta erosão das posições russas em África", disse o ministro. "Nossa estratégia não é substituir a Rússia, e sim libertar a África de seu domínio", acrescentou.

Kuleba acusou o Kremlin de usar "coerção, corrupção e medo" para manter os países africanos sob seu controle. Ele insistiu que Moscou tem apenas "duas ferramentas poderosas para trabalhar na África: propaganda e (o grupo paramilitar) Wagner". O grupo Wagner está associado a países africanos, como Mali e República Centro-Africana, onde supostamente cometeu muitos abusos, acusam grupos de defesa dos direitos humanos e governos ocidentais. Kuleba também chamou de "mentiras" as preocupações expressadas por Moscou sobre a segurança alimentar da África, depois que a Rússia abandonou um acordo que permitia as exportações de grãos ucranianos através do Mar Negro, apesar do conflito.

AFP