Sendic renunciou depois de uma decisão do Tribunal de Conduta Política (tribunal ético) de seu partido, a esquerdista Frente Ampla, que destacou que "o quadro geral apresentado pelos atos descritos" do agora ex-vice-presidente "não deixa dúvidas de um modo de atuar inaceitável no uso de dinheiro público". Sua atuação "compromete sua responsabilidade ética e política, com o descumprimento reiterado de normas de de controle", afirmou um comunicado.
Em um vídeo filmado durante a plenária, realizada a portas fechadas neste sábado na sede do partido governista em Montevidéu para abordar o caso, Sendic chamou a decisão do tribunal partidário de "desproporcional" e "infundada". Ele disse que "não há provas" de que cometeu irregularidades. "Diante desta situação, frente a este conjunto de manobras, de deslealdades", das quais acusa os companheiros de partido, Sendic afirmou: "Venho (...) colocar à disposição de vocês a vice-presidência, venho aqui renunciar à vice-presidência da República".
Sendic, 55 anos, é filho de Raúl Sendic, um dos fundadores da guerrilha Movimento de Libertação Nacional MLN-Tupamaros, que atuou no Uruguai nos anos 60 e 70. Foi escolhido por Vázquez para integrar a chapa presidencial que venceu a eleição em 2014. Ele assumiu o cargo em 2015.
Presenté ante el Plenario del FA, mi renuncia indeclinable a la Vicepresidencia. Se lo comuniqué también al Presidente Tabaré Vázquez. — Raúl Sendic (@RaulSendic_uy) 9 de setembro de 2017
AFP