Policiais civis da 1ª DP de Homicídios prenderam, nesta terça-feira, um suspeito de envolvimento no ataque a tiros que deixou cinco mortos e cinco feridos na zona Norte de Porto Alegre. O crime ocorreu no dia 14 de maio do ano passado. Na ocasião, dissidentes tentavam retomar o controle da venda de drogas após a morte do chefe do tráfico na Vila São Borja, no bairro Sarandi.
Conhecido como “Socadinho”, o preso estava foragido desde o dia 23 de outubro, quando foi alvo da Operação Sangue Frio. Na época, ele cumpria pena em regime semiaberto com uso de tornozeleira, mas rompeu o dispositivo e fugiu.
O foragido foi localizado na região conhecida como Vila Buraco Quente, no Morro Santa Tereza, na zona Sul. A prisão ocorreu no momento em que ele recolhia dinheiro em pontos de tráfico na localidade.
De acordo com a investigação, Socadinho e outros dois homens, que foram presos em outubro, atuaram como atiradores no atentado na Vila São Borja. Ele é suspeito de pelo menos outros dez homicídios, além da cachina.
"Ele já era alvo da 3º Delegacia de Homicídios. Além disso, havia outras três ordens de prisão contra ele. É um velho conhecido das forças policiais, com uma extensa ficha criminal, que soma quatro páginas de antecedentes”, afirmou a titular da 1ª DP de Homicídios, delegada Clarissa Demartini.
Relembre a chacina
A chacina foi realizada quatro dias depois da morte do traficante conhecido como 'Beto Fanho', ocorrida durante confronto com forças policiais em Gravataí. De acordo com a Polícia Civil, ele controlava a venda de drogas na Vila São Borja.
Antes disso, Beto Fanho teria determinado a expulsão de todos os seus desafetos da vila. O ataque a tiros no dia 14 de maio seria uma tentativa de retomar o controle do tráfico após a morte do chefe, orquestrada pelos traficantes que foram expulsos.
O atentado foi planejado dentro do sistema prisional. Segundo a investigação, os mandantes cumprem pena na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), Penitenciária Modulada Estadual de Osório e no Complexo Prisional de Canoas.
Marcel Horowitz