As audiências para ouvir testemunhas do caso Mirella começaram nesta segunda-feira em Alvorada, na Região Metropolitana. O clima era tenso no saguão do Foro da Comarca do município. Os depoentes aguardavam para serem ouvidos sobre a vida e as circunstâncias da morte da menina de 3 anos que foi levada já sem vida a uma Unidade Básica de Saúde do município, no dia 31 de maio de 2022.
O atraso para o início da audiência de instrução aumentava a tensão. "Dá vontade de mudar de ideia e ir embora", comentou uma testemunha, que balançava as pernas transparecendo o nervosismo de quem está prestes a relembrar a história da criança. Na época da morte, médicos afirmaram a polícia que Mirella possuía hematomas pelo corpo. O padastro da menina, Anderson Borba Carvalho Júnior, e a mãe, Lílian Dias da Silva, foram presos por tortura com resultado morte. O conselheiro tutelar Leandro Silva Brandão, que teria recebido denúncias sobre violências contra Mirella e se omitido também é acusado pelo Ministério Público, mas responde o processo em liberdade.
A previsão do Tribunal de Justiça do Estado é de que sejam ouvidas 24 testemunhas de acusação e 19 de defesa, além do interrogatório dos três réus, até quinta-feira em audiências presididas pelo Juiz de Direito Alexandre Del Gaudio Fonseca.
Kyane Sutelo