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Especial

Cerca de 200 mulheres manifestaram situações de abuso praticado pelo médium João de Deus

Depoimentos das vítimas começaram a ser tomados nesta terça-feira

Desde o final da última semana, delegacias têm recebido denúncias que podem configurar estupro, estelionato sexual ou estupro de vulnerável | Foto: Claudio Reis / Estadão Conteúdo / CP
O Ministério Público de São Paulo criou uma força-tarefa com seis promotores e uma equipe de apoio para apurar denúncias de abusos sexuais do médium João de Deus. Famoso por ter recebido celebridades nacionais e internacionais, o médium atende, há mais de 40 anos, em Abadiânia, no interior de Goiás. Os depoimentos começam a ser colhidos nesta terça-feira. Três mulheres serão ouvidas por dia até sexta-feira. O órgão entra em recesso, e as oitivas retornam em 7 de janeiro.

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Maria Gabriela Prado Manssur, promotora da Justiça e defensora das mulheres, disse que um grupo de 200 mulheres se manifestou sobre abusos praticados pelo médium. Além disso, foram recebidos, apenas nesta terça, 12 relatos por e-mail e 40 por redes sociais em São Paulo. Todas as mulheres serão ouvidas em sigilo e não terão as identidades divulgadas. Desde o final da última semana, os órgãos têm recebido denúncias que podem configurar estupro, estelionato sexual ou estupro de vulnerável.

A orientação do MP é que as vítimas em todo o país procurem os promotores dos locais onde moram. Existem canais de denúncia para o caso, além de Goiás e São Paulo, nos estados do Rio de Janeiro e Maranhão, e haverá envolvimento de órgãos internacionais para vítimas estrangeiras. Em outras localidades, deve-se procurar delegacias de polícia, preferencialmente da mulher. Os casos ocorridos fora de Goiás serão julgados no local da ocorrência do fato.

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"O Ministério Público está criando mecanismos para facilitar as denúncias dessas mulheres e meninas, e encaminhar para os promotores do local onde elas moram", disse a promotora de Justiça do Núcleo de Gênero do Ministério Público, Valéria Scarance. Em São Paulo, o e-mail para denúncias é somosmuitas@mpsp.mp.br.

As promotoras reforçam que as mulheres não devem se intimidar por temer falta de punição. "Pela lei, a palavra da vítima é prova, é reconhecida como meio de prova e tem especial relevância nos crimes de natureza sexual. Pode levar a uma condenação", disse Valéria. "Você percebe que é uma narrativa com verdade e sede de justiça", acrescentou Maria Gabriela.

Em contato com a Agência Brasil, o advogado Alberto Toron, que representa João de Deus, informou que seu cliente nega as acusações e as recebe com indignação. O advogado diz que ele se apresentará à Justiça e lembra que a maioria dos atendimentos feitos são abertos e coletivos, diante de um grande número de pessoas.

Agência Brasil