Os dois últimos acusados pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) de participação na chacina de Canasvieiras foram condenados a 82 e 68 anos de prisão. A sessão do Tribunal do Júri foi realizada na última terça-feira no Fórum da Capital e durou mais de 18 horas. No julgamento, o MPSC comprovou a prática dos homicídios qualificados, roubo, furto e fraude processual. O terceiro acusado pelos crimes já havia sido julgado e condenado a 92 anos em novembro de 2020.
Os Promotores de Justiça Wilson Paulo Mendonça Neto e Mauro Canto da Silva representaram o MPSC no julgamento. A sentença é passível de recurso, mas os réus, presos preventivamente no curso da investigação policial, não terão o direito de fazê-lo em liberdade.
A chacina ocorreu no final da noite de 5 de julho de 2018 em um apart-hotel na rua Doutor José Bahia Bittencourt, na praia de Canasvieiras, no Norte da Ilha de Florianópolis. As vítimas foram o proprietário do hotel e os três filhos dele, além de um sócio.
Conforme o MPSC, o crime foi motivado pela cobrança de uma dívida trabalhista do dono. Um ex-funcionário contratou dois indivíduos com a promessa de um pagamento com uma grande quantidade de dinheiro e de outros bens que seriam roubados no estabelecimento.
Aproveitando-se das senhas de acesso, o ex-empregado e os dois cúmplices entraram no hotel e aguardaram escondidos o momento ideal para render e imobilizar as vítimas.
Depois de rendê-las, um deles ficou vigiando as cinco vítimas no subsolo do hotel. Uma a uma, elas foram levadas para os quartos desocupados onde eram assassinadas por asfixia.
Uma funcionária, que também havia sido rendida, teve a vida poupada por não ter participação nos negócios da família. Ela conseguiu fugir do local.
Os réus também foram condenados pelos crimes de roubo, pois levaram o celular da funcionária poupada, além do furto de dois automóveis e objetos da família assassinada. Eles também receberam sentença por fraude processual, uma vez que jogaram gasolina sobre os corpos das vítimas e os objetos nos quais teriam tocado, além de destruir o equipamento de monitoramento do hotel a fim de encobrir a autoria.
Correio do Povo