No quarto dia de julgamento do caso Bernardo, em Três Passos, a defesa do médico Leandro Boldrini, acusado de ser o mentor intelectual da morte do próprio filho, Bernardo Boldrini, em 2014, criticou o trabalho de investigação do óbito do menino. O defensor Ezequiel Vetoretti afirmou que a "imagem de Boldrini foi desfeita em rede nacional".
Vetoretti exibiu os registros das ligações aos jurados para mostrar que o médico também ligava para o filho. "Há erros da delegada em afirmar que Boldrini não ligava. Era um padrão ligar na sexta e, caso não completasse, não ir atrás, mas ligava no sábado". Lúcia Helena, da promotoria, fez um aparte, reiterando que os telefonemas partiam do menino, que não passava os dias de folga com o pai.
Vetoretti falou que assinaturas de Boldrini em receitas para Bernardo não seriam do réu, conforme perito. "Havia divergência em sete pontos na caligrafia", informou o defensor. Vetoretti encerrou a participação no debate com a exibição de médico contando uma situação em que Boldrini salvou uma criança em reanimação de uma parada cardíaca. "Esse é o monstro?", concluiu.
Uma depoente, policial que atuou no caso, falou sobre a única vez que Boldrini chorou, foi quando Graciele confessou o crime. "Ele não merecia", teria dito o pai, em leitura de Vetoretti. Em outro trecho lido pelo defensor, o réu teria reagido contra a então companheira. pic.twitter.com/Fmea9ybDzj
— CHRISTIAN BUELLER (@kristbueller) March 23, 2023
O julgamento partiu para intervalo de almoço e será retomado a partir das 15h, contando ainda com a réplica do Ministério Público e tréplica da defesa, cada uma com até uma hora de duração. A expectativa é que após estes procedimentos, o Conselho de Sentença se reúna, e a juíza Sucilene Englear Audino profira a absolvição ou condenação de Boldrini ainda nesta quinta-feira.
*Com informações do repórter Christian Bueller
Correio do Povo*