Além do Rio Grande do Sul, a ofensiva ocorre no Ceará, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Mais de 200 policiais federais, 90 servidores da Receita Federal e quatro procuradores foram designados para participar da operação conjunta entre Polícia Federal, Receita Federal e Procuradoria da Fazenda Nacional.
As investigações da PF estão inseridas na Operação Sentinela e começaram em setembro do ano passado, tendo o contrabando como foco. Durante a apuração dos crimes, os policiais encontraram um esquema maior, que primava pela prática de outras infrações penais e tributárias.
Contrabando como ponta do iceberg
As ilegalidades abrangem associação criminal, receptação, falsificação de documentos, sonegação fiscal, exportação irregular de fumo, contrabando de cigarros, adulteração de produtos entregues a consumo e pirataria de marcas registradas.
De acordo com a Polícia Federal, os suspeitos envolvidos nos crimes utilizavam empresas de fechada e laranjas para desviar tabaco da cadeia econômico-tributária. Parte desse fumo era fornecido para fábricas no Paraguai através de exportação irregular e retornava ao Brasil como cigarro industrializado e contrabandeado.
O restante da mercadoria era enviado para fábricas clandestinas de cigarros localizadas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, que ainda falsificavam marcas paraguaias para distribuição no mercado nacional. O pagamento pelo fumo processado era feito de diversas formas. Uma delas consistia na transferência de carros de luxo e até máquinas usadas em construção, como retro-escavadeiras e moto-niveladoras.
Correio do Povo