De acordo com delegado Joel Wagner, com a prisão da mulher de 27 anos, os policiais pretendem formalizar outras provas e tentar entender a organização criminosa. "Conseguimos prender uma suspeita com documentos falsos que são utilizados pela organização criminosa. O próprio investigado que está na condição de foragido também deve utilizar esses documentos falsos. Com esta apreensão a gente também quer saber afinal quem seria a pessoa a ser resgatada no sistema prisional", disse.
Contratação de táxi aéreo seria "presente surpresa para os pais"
Segundo o delegado João Paulo de Abreu, o criminoso, que contratou o serviço da empresa de táxi aéreo, embarcando depois na aeronave em Canela rumo à Triunfo, é primo do assaltante de bancos conhecido como Passarinho, que morreu afogado no rio Mampituba, no limite entre Torres e Passo de Torres, em Santa Catarina, no dia 8 de março, após confronto com policiais catarinenses. O criminoso, de 24 anos, está foragido. Conforme o delegado, a mulher que foi presa em Alvorada durante a ação de hoje, já havia sido detida, com outros oito cúmplices, em 3 de março do ano passado após ataque no dia anterior ao banco Itaú de Uruguaiana, onde um dos envolvidos acabou baleado e morto por um vigilante. Os policiais civis apuram ainda a participação de outros cinco ou seis bandidos no crime.
A contratação do serviço de táxi aéreo teve como desculpa uma surpresa que seria feita aos pais do criminoso no sítio de Triunfo, sendo que a mulher presa se passaria por prima. Ao pousar na propriedade, o piloto foi rendido, sendo mais tarde solto na vila Dique, em Porto Alegre. Para o delegado João Paulo de Abreu, a aeronave foi então pilotada por alguém habilitado. Os policiais civis estão vasculhando os nomes de todos os pilotos de helicópteros existentes.
Conforme o delegado Wagner, um dos objetivos da investigação é que se possa evitar novos casos no futuro. "Com essa investigação pretendemos identificar, prender e evitar que crimes dessa natureza aconteçam. Porque o indivíduo pode estar no sistema prisional e ser resgatado de uma maneira como essa, é um perigo pra sociedade", explicou Wagner.
A operação Ranger teve nove mandados judiciais cumpridos em Alvorada e Caxias do Sul, sendo sete de busca e apreensão e outros dois de prisão. Na residência da mulher, os agentes apreenderam dezenas de carteiras nacionais de habilitação e de identidade de vítimas e também adulterados ou falsificados, celulares, anotações, dinheiro, substâncias químicas usadas em drogas, dois notebooks e uma impressora, indicando o envolvimento com outros crimes. De acordo com o delegado Joel Wagner, a mulher presa estava com a quadrilha no sítio, no interior de Triunfo, aguardando a chegada do helicóptero. A propriedade havia sido invadida pelos bandidos na ausência dos proprietários.
Correio do Povo